O mandato de Sérgio Sette Câmara no Atlético ainda não completou um ano, mas o clube, sob seu comando, vai para o terceiro treinador na temporada. Na tarde desta quinta-feira, Levir Culpi, desejo antigo do presidente alvinegro, foi apresentado. O mandatário, que já quis contratar o treinador no início de 2018, espera que ele seja o último a ser apresentado até o fim de sua gestão, que se encerra em 2020.
O clube iniciou a temporada com Oswaldo de Oliveira, último técnico da era Daniel Nepomuceno no Atlético, que durou apenas seis jogos em 2018. A primeira opção era Levir Culpi, que estava no Cerezo Osaka, do Japão. Como não conseguiu acertar com o treinador, optou por manter Thiago Larghi, primeiramente como interino, e depois como comandante efetivo.
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“É com imensa satisfação que eu venho aqui hoje para apresentar nosso novo comandante, o Levir Culpi. Essa é a quinta passagem do Levir aqui no Atlético. Nossa aposta é que ele vá ter mais uma jornada de muito sucesso, como foram as outras quatro. Nós acreditamos muito no trabalho do Levir. Eu, particularmente, queria muito que ele tivesse vindo para cá no início do ano, mas, infelizmente, ele estava no Japão. Eu tentei através do Domênico um contato, mas não foi possível naquela oportunidade. Naquela oportunidade foi quando procurei o Levir e ele estava empregado no Japão. Procuramos por outros treinadores, não muitos, que no meu modo de ver se encaixariam aqui dentro do clube. Como não encontramos nenhum que no nosso modo de ver atenderia aos nossos anseios, entendemos por apostar no Thiago. Ele vinha já de um trabalho com Oswaldo, tinha trabalhado com Felipão, tinha feito estágio fora do Brasil. Agora, entendemos que havia necessidade de mudança”, disse Sette Câmara, que desejou sorte a Thiago Larghi, demitido nessa quarta.
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“Agradecemos muito ao Thiago Larghi. Ele é uma ótima pessoa, um rapaz de muito brio. Eu tenho muita gratidão a ele, muito respeito, muita admiração. Ainda novo, assumiu um time que tem uma torcida importante, um time que tem uma camisa grandiosa. E ele enfrentou os desafios, ele foi corajoso. Então, eu tenho que deixar bem clara a minha palavra de muito agradecimento e muito sucesso a ele. Eu tenho certeza que ele vai trilhar um caminho de muitas conquistas. Voltando a falar do Levir… O Levir já é conhecido de todos nós aqui. A gente sabe da capacidade do Levir. Ele é um ganhador e veio para cá para ser campeão. Por isso, fomos buscar o Levir. Fui pessoalmente a Curitiba juntamente com o Lásaro. Lá estivemos durante todo o dia de ontem conversando com ele. Mais à noite, chegamos a um consenso. Graças a Deus, fechamos um contrato que vai se iniciar agora e vai até o final de 2019. Eu efetivamente espero que vá até o final do meu primeiro mandato”.
Em sua última entrevista como treinador do Atlético, Thiago Larghi deu a entender que o clube estava no limite por causa da falta de qualidade do elenco alvinegro. Sette Câmara defendeu as contratações feitas e disse que o time só fez um grande investimento, no colombiano Yimmi Chará (mais de R$ 24 milhões). O jogador é titular absoluto da equipe.
“O que ele podia fazer de diferente? A minha identificação acho que não é só minha, acho que a torcida inteira identificou. Há alguns jogos, o time caiu de rendimento. A própria torcida andou reclamando. Eu, como torcedor, não estava satisfeito com o que via. Há alguns dias, vinha analisando essa situação e imaginando o que deveria ser melhor para nosso futuro. Acho que o que aconteceu é que não tem a ver com a mudança no meio do ano, não foram tantas peças assim: trouxemos Chará para o lugar do Róger Guedes, é uma mudança de estilo, mas é um grande jogador. Nós fizemos basicamente 17 contratações sem gastar dinheiro. Isso é muito difícil. Jogador que chega para vestir a camisa custa caro. Esse jogador foi o Chará. Fomos ao mercado para suprir uma ausência. Já prevendo que poderia acontecer a saída do Guedes, fomos ao mercado buscar um jogador caro. Outros jogadores foram apostas. Nessas condições de dificuldades financeiras temos boas respostas e não muito boas assim. Se eu tivesse o saco de dinheiro que o Palmeiras tem, eu também acertaria bastante. Outros também que vieram para cá vão fazer muito sucesso ainda e vão trazer muitas alegrias para a torcida do Atlético e também vão trazer recursos. É o caso por exemplo do Emerson, que buscamos na Ponte Preta. É um jogador que, com 19 anos, Seleção Brasileira de base, titular do Atlético, é um jogador para a próxima Copa do Mundo, talvez. Talvez não dure muito aqui. É um fenômeno que talvez não possamos segurar. A dificuldade de segurar um jogador no elenco no Brasil é enorme. Recebi num espaço de três horas mais de 50 ligações do Róger Guedes na minha semana de férias. Esse tipo de coisa é difícil de segurar. Eu acho que o Terans é uma boa aposta, eu acredito muito no Leandrinho também. Não vou ficar citando nomes, mas acho que a gente tem uma safra boa de jogadores jovens. Acho que o Atlético é, dos oito primeiros colocados, um dos elencos mais jovens do Brasil. A gente talvez precise de trazer um pouco de maturação a esse elenco, se Deus quiser, estando na Libertadores do ano que vem. É assim que a gente trabalha. Com erros e com acertos.
É meu primeiro ano aqui na administração do Atlético. Eu sei que poderia ter sido melhor. Poderia, também, ter sido pior, como o ano passado. Nós estamos trabalhando duro, dia a dia, com muita honestidade, e buscando o que tem de melhor para o Atlético. Foi o que eu acabei de fazer. Acho que eu busquei o que tem de melhor para treinar o Clube Atlético Mineiro e fazer com que a gente tenha um ano de 2019 muito melhor”, disse.
Sem obrigação de Libertadores
O técnico Thiago Larghi, enquanto esteve no comando do Atlético, sempre ressaltou o objetivo de brigar pela vaga na Copa Libertadores. Com a chegada de Levir Culpi, o presidente Sérgio Sette Câmara disse que não existe a palavra 'obrigação' para confirmar a classificação.
“Essa palavra aí, essa ‘obrigação’ não existe. Foi falada ano passado e no meu modo de ver, de forma equivocada. O que existe é trabalho, seriedade, sentimento”.
Cutucada
Apesar de não ter conquistado títulos na atual temporada, o presidente Sérgio Sette Câmara fez uma boa avaliação de seu trabalho no primeiro ano como mandatário do Atlético. Ele ainda fez questão de falar que o ano é melhor do que o de 2017, o último de Daniel Nepomuceno à frente do Alvinegro.
“Sei que poderia ter sido melhor e pior, como no ano passado (o primeiro ano). Acho que busquei o que tem de melhor para treinar o Atlético e fazer com que a gente tenha um ano de 2019 muito melhor”, concluiu.