No fim de novembro de 2015, Levir Culpi deixou o Atlético emocionado. O pronunciamento foi curto, mas treinador não conseguiu segurar as lágrimas naquela que seria sua última entrevista pelo clube. Naquele breve papo com os jornalistas, o técnico disse que não se via de volta ao futebol mineiro num futuro breve. A expectativa dele não foi cumprida. Em menos de três anos, ele está de volta ao comando do Galo para substituir Thiago Larghi, demitido nesta quarta-feira.
A saída foi um tanto quanto conturbada. Com contrato no fim, Levir não se acertou com a diretoria alvinegra, então comandada por Daniel Nepomuceno. A dois jogos do término do Campeonato Brasileiro de 2015, ele acabou deixando o clube. O técnico abriu a curta entrevista se mostrando decepcionado com a saída.
“Não é exatamente um bom dia.
“Eu prefiro ver esse lado, a comissão técnica, os atletas, mas acabou. A diretoria chegou à conclusão de que não deveríamos seguir o trabalho. Sinceramente, é ruim falar muito neste momento. É uma rotina tão desgastante, que não vale a pena ser repetitivo. Aproveito este momento para agradecer as pessoas que me ajudaram, que estiveram comigo, que sentiram as derrotas como eu senti”.
No total, Levir Culpi acumula quatro passagens pelo Atlético (1994/1995, 2001, 2006/2007 e 2014/2015). O novo desafio se inicia a nove partidas do final do Campeonato Brasileiro. Na sexta posição, com 46 pontos, o time alvinegro almeja uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores.
Após a saída, em 2015, o treinador escreveu uma carta de agradecimento aos torcedores do clube. Em suas redes sociais, o treinador classificou a despedida como “dolorosa” e escreveu: “o que era para ser um simples tchau ganhou proporções impensadas”. Veja abaixo.
Confira a carta completa de Levir:
Vocês são muito legais!
Após 30 anos de carreira, imaginei estar calejado o suficiente para algumas situações.
Enfrentei outras despedidas dolorosas. Logo no meu primeiro trabalho como treinador, ao deixar o Juventude, de Caixas do Sul, não consegui nem sequer entrar no vestiário para me despedir. Do lado de fora, me deparei com o sisudo Celso Roth, meu preparador físico, e fomos às lágrimas.
No Japão, vivi alguns dos momentos mais emocionantes da minha vida quando resolvi retornar em 2012, depois de seis temporadas no comando do Cerezo Osaka.
Agora, me deparo novamente com um momento que extrapola a razão. O que era para ser um simples tchau ganhou proporções impensadas.
Tenho recebido inúmeras mensagens, ligações de carinho e apoio e lendo textos e mais textos na Internet e imprensa que me comoveram demais. Fiquei com a certeza de que deixei de ser profissional do Galo para me tornar um amigo dos atleticanos. E que valeu muito a pena!
Vocês são muito legais!!
Obrigado
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