Time que mais marcou gols no Campeonato Brasileiro, o Atlético vem enfrentando dificuldades para balançar as redes adversárias. Exceto nos confrontos contra Atlético-PR e Sport, ambos no Independência, o alvinegro não conseguiu marcar mais de uma vez em oito jogos no returno. Em cinco deles, a equipe comandada por Thiago Larghi foi incapaz de vazar o goleiro adversário. A seca atual dura duas partidas.
Nos últimos dois jogos, contra Chapecoense e América, o Galo criou pouco. Foram 21 finalizações, mas apenas cinco na direção do gol, média de 2,5. Para ter ideia do baixo índice, o time de Laghi tem média geral de 5,37 conclusões certas por partida.
Além dos duelos passados, o Atlético terminou seis de suas 29 partidas sem balançar as redes: Flamengo (0 a 1), Grêmio (0 a 2), Internacional (0 a 1), Vasco (0 a 0), Vitória (0 a 1) e Cruzeiro (0 a 0).
Mesmo com o número reduzido de gols em vários confrontos, o Galo segue com o melhor ataque da competição: 47, contra 45 do Palmeiras e 44 do Flamengo. No entanto, no returno do Brasileiro os dois adversários fizeram mais gols do que o alvinegro: 16 dos paulistas e 15 dos cariocas contra 11 do time mineiro.
O status de melhor ataque da competição veio ainda nas primeiras rodadas do campeonato. Em sete duelos do Brasileiro, a equipe marcou pelo menos três vezes: no empate com a Chapecoense (3 a 3) e nas vitórias sobre América (3 a 1), Fluminense (5 a 2), Santos (3 a 1), Botafogo (3 a 0), Atlético-PR (3 a 1) e Sport (5 a 2). Curiosamente, mais de metade dos gols feitos pelo alvinegro foram justamente nesses confrontos (25 de 47). Em outros sete jogos, o time balançou as redes duas vezes. Ou seja, em mais da metade das partidas, a equipe atleticana fez no máximo um gol.
Thiago Larghi lamenta que a equipe não consiga repetir o padrão de jogo da primeira metade da temporada e afirma que tem trabalhado para corrigir os erros, principalmente na parte ofensiva, que vem mostrando queda de rendimento. “Realmente a gente não consegue ter o mesmo padrão de antes da Copa. Tivemos uma alternância no desempenho, é lógico que a gente não deseja isso, e estamos trabalhando para tentar alcançar. Esse rearranjo não é fácil, mas o time segue lutando. Seguimos o melhor ataque da competição, mas não está do jeito que a gente gostaria”, admite.
Queda do camisa 9
O atacante Ricardo Oliveira, artilheiro atleticano no Brasileiro, com 11 gols, vem sentindo diretamente o efeito dessa queda de rendimento: tem produzido pouco nas últimas rodadas e mostrou mais eficiência na primeira metade do campeonato.
No turno, Ricardo Oliveira entrou em campo 18 vezes. Foram 51 chutes (2,83 por jogo), sendo 25 certos (1,38) e 26 errados (1,44). Nove gols marcados. Já no returno, o centroavante jogou nove vezes e finalizou 19 (2,11 por partida). Foram 11 na direção do gol (1,22) e oito erradas (0,88) e dois gols feitos. Na competição, o camisa 9 tem 70 finalizações, sendo 36 certas e 34 erradas.