O sonho de título do Campeonato Brasileiro para o Atlético nesta temporada está cada vez mais sonho e menos realidade. Hoje, o Galo tem apenas 1% de chance de levantar a taça, que não vem desde 1971. Por outro lado, a probabilidade de o clube alvinegro disputar a próxima Copa Libertadores é grande: 87%.

O Superesportes conversou com Tristão Garcia, especialista em números e dono do site Infobola. Segundo o estudioso, o Galo está longe do título porque não tem a regularidade esperada em campeonatos de pontos corridos, além de ter adversários que fazem campanhas de alto nível. Garcia, contudo, diz que o Atlético está encaminhando uma vaga na fase prévia da Libertadores, tendo em vista o 'desinteresse' do Cruzeiro, rival direto pelo 6º lugar.

Entrevista com Tristão Garcia, especialista em números

Qual pontuação o senhor trabalha para o 6º lugar, última vaga na pré-Libertadores?

Trabalhamos com 60 pontos. Então, caberia ao Atlético fazer mais 15 pontos em 11 rodadas. Essa média é menor do que a média que o Galo já faz no Brasileiro. Se manter o que está fazendo, chega aos 63 pontos. As chances são grandes de termos o Atlético na próxima Libertadores. O Galo ainda conta com o desinteresse de Cruzeiro e Corinthians, adversários que estão logo abaixo na tabela, mas que ainda disputam outras competições.

Para ficar entre os quatro primeiros e entrar na fase de grupos da Libertadores, qual seria uma pontuação segura?

Este é o ano mais difícil de ir para a Libertadores de forma direta. Os times da parte de cima da tabela estão com um nível de pontuação bem alta. Para não depender de nenhum critério de desempate, trabalhamos com 68 pontos. O Galo teria que fazer 23 pontos em 11 rodadas. São necessárias sete vitórias e dois empates, um aproveitamento muito grande.

Em relação às temporadas passadas, este Brasileiro tem média maior de pontos dos clubes que brigam na parte de cima da tabela?
 
Como disse, trabalhamos com 68 pontos para garantir a 4ª posição. É média de time campeão ou vice. É o Brasileiro mais disputado na parte de cima, com os clubes pontuando muito. Na 27ª rodada do ano passado, o Palmeiras tinha 44, são 6 pontos de diferença em relação ao Grêmio de hoje. Em 2016, era 45 pontos; 2015, o quarto, nesta altura do Brasileiro, era o Palmeiras com 44; em 2014, era o Grêmio, com 46; 2013, Atlético-PR com 45; em 2012, o Vasco com 47... É o Brasileiro mais disputado.

O atleticano ainda pode sonhar com título?

Sonhar todo mundo pode. Hoje, o Atlético tem 1% de chance de ser campeão. Mas a gente tem que ver que o Atlético ficou muito atrasado. Eu considero uma campanha referência quem faz quatro pontos em dois jogos, uma média de 2 pontos por jogo. No fim, teremos 76 pontos. Hoje, Palmeiras e Inter têm essa campanha. O Atlético está a oito pontos dos primeiros faltando 11 jogos. Então, é muito improvável que o Atlético consiga chegar.

Como o senhor vê essa trajetória do Atlético no Brasileiro?

É uma trajetória de altos e baixos, os resultados mostram isso, a média do Atlético de 55,6% mostra isso, o Atlético faz 1,6 ponto por jogo. É pouco. O Atlético não tem a regularidade que o campeonato exige.

CHANCES DO ATLÉTICO

Chance de título
Infobola - 1 %
UFMG – 0,58 %

Vaga na Libertadores (ficar entre os seis primeiros)
Infobola – 87 %
UFMG – 80 %

TABELA

Jogos do Atlético até o fim
Chapecoense, na Arena Condá
América, no Independência
Fluminense, no Maracanã
Ceará, no Castelão
Grêmio, no Independência
Palmeiras, no Independência
Paraná, no Durival de Brito
Bahia, no Independência
Inter, no Beira-Rio
Santos, na Vila Belmiro
Botafogo, no Independência.