A empresa responsável pela elaboração do projeto ambiental para o Atlético esteve na área de construção do estádio no dia 28 de fevereiro. Os animais foram registrado em técnicas que envolvem a captura de imagens e apreensão sonora, entre outras. Segundo o documento, há répteis, anfíbios e mamíferos na área de preservação permanente (APP) e no pedaço de Mata Atlântica que compõem o terreno.
Um pequeno animalzinho de 13 centímetros é a figura ilustre da região. Trata-se do capacetinho-do-oco-do-pau (veja o vídeo). Ave pequena, de cerca de 13 centímetros, que corre risco de extinção.
No curso d'água presente no terreno - duas nascentes e um leito de córrego -, há ocorrência de anfíbios e répteis considerados de espécies comuns.
Foram dois os anfíbios encontrados: rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) e sapinho (Odontophrynus). Ambos são de ampla distribuição e abundantes em áreas brejosas.
No grupo dos répteis, há cobras. O indivíduo visto no terreno é conhecido como cobra-cega (estava morta, esmagada), que se alimenta de invertebrados, como insetos e larvas. A cobra é necessária para o controle populacional de outros animais e equilíbrio do ecossistema.
Outro réptil notado foi o calango (Tropidurus torquatus), comumente observado em espaços urbanos, sendo assim bastante popular.
Em relação aos mamíferos, gambá e cachorro, presentes em grande número em cidades brasileiras, foram observados.
Segundo o relatório do Atlético, será necessário um programa de resgaste de animais desde a supressão vegetal até o início das obras.
A empresa que fez o projeto não encontrou peixes no local: “Dois fatores contribuem para a ausência de peixes: isolamento provocado pela canalização do córrego, quando encontra a cidade, e forte estiagem durante a seca”, diz o relatório do Atlético.
“O córrego apresentou água clara, rasa e inodora, com profundidade entre 10 e 20 com, com fundo lodoso avermelhado e lâmina d'água com película opaca. Em alguns trechos mais planos, o córrego se transforma em brejo com presença de muita vegetação sobre a lâmina d'água. Foi observada grande quantidade de lixo no entorno, com vestígio de queima. Não foi detectado despejo direto de esgoto no córrego”, diz relatório do Galo.
Para que as obras do estádio comecem, o Atlético ainda precisa aprovar licenças na prefeitura de Belo Horizonte e no governo do estado de Minas Gerais.