Torcedores, jogadores e o técnico Thiago Larghi deram o recado depois da vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, no Independência, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro: se o Atlético unir forças, poderá chegar ao sonhado título nacional em dezembro. O Galo conseguiu reduzir a diferença de 11 para oito pontos para o agora líder, Internacional, restando 15 rodadas para o fim da competição. Ainda que a torcida esteja em êxtase, os desafios serão muitos para que o grupo não repita os erros vistos nesta campanha e consiga a façanha.
A matemática prova que é possível chegar ao topo. Serão 45 pontos em disputa, o que daria boa margem para a equipe conseguir o feito. Mas o Galo precisaria de aproveitamento superior ao do Inter (que hoje é de 66,7%) para subir na classificação e, obviamente, contar com tropeços dos postulantes à conquista.
O discurso mantido por jogadores e o técnico Thiago Larghi é de que a equipe vai encarar jogo a jogo antes de pensar no topo. “A vitória contra o São Paulo foi o divisor de águas para nós. Podemos conquistar coisas maiores no campeonato. A gente vinha numa irregularidade, alguns jogos bons e outros ruins, outros nem tão bons. Ganhamos confiança num momento importante. Vimos que temos capacidade para chegar lá em cima e vamos lutar por isso”, afirma o zagueiro Maidana, que vem crescendo de rendimento depois que formou dupla com o experiente Leonardo Silva – o Galo levou três gols nos últimos seis jogos.
Os vacilos do Galo neste Brasileiro prejudicaram o desempenho da equipe ao longo da competição, que poderia estar melhor colocada na tabela. O time de Thiago Larghi assumiu a liderança na sexta rodada, mas não conseguiu sustentar a posição e, desde então, vinha em queda livre na classificação. A própria retaguarda foi um problema à parte até o começo do segundo turno, com falhas coletivas e individuais dos zagueiros. Em três confrontos fora de casa – Vasco (derrota por 2 a 1), São Paulo e Bahia (empates por 2 a 2) –, a equipe tinha vantagem no marcador, mas desperdiçou pontos importantes que agora fazem falta na matemática alvinegra.
Mesmo admitindo que o time ficou devendo em vários momentos, Maidana enumera os diversos acasos que ocorreram com a equipe nos últimos jogos e que tiraram a chance de melhores resultados: “Tivemos a questão da má sorte. Ontem (quarta), o Régis fez um gol contra, em que a bola quase não entrou. Contra o Corinthians, a bola chutada pelo Pedrinho bateu nas costas do Victor e foi para o gol. Diante do Vitória, também não tivemos sorte. Mas agora acreditamos que isso acabou. Temos que levar esse pensamento positivo na cabeça para fazer os gols. Nossa fase mudou”.
Contra o São Paulo, o Galo fez o gol aos 8min do primeiro tempo e suportou bem a pressão do adversário. Foi o primeiro triunfo da equipe contra um concorrente que está entre os primeiros colocados na classificação. No decorrer da competição, os mineiros terão duelos ainda com Flamengo (fora), Internacional (fora), Grêmio (casa) e Palmeiras (casa). O retrospecto como visitante é outro ponto a ser melhorado no decorrer deste returno: foram apenas 36,3% dos pontos conquistados fora de BH (três vitórias, três empates e cinco derrotas).
O técnico Thiago Larghi afirma que o grupo precisa ter maturidade suficiente para segurar o placar, como ocorreu diante do tricolor paulista: “A gente fala que demanda tempo para formar um time vencedor. Por isso a gente fala que foi difícil o processo de reconstrução pós-Copa. Isso não é discurso. É tempo, preparação. Os jogadores vão aprendendo. A experiência faz com que eles aprendam e tenham a capacidade de corrigir. Mérito deles, do empenho, da inteligência e da aplicação na prática do que é necessário”.