“Me chamou a atenção, porque esse é um atleta que me deu muito trabalho nesses oito, nove meses de trabalho no Atlético, a ponto de tirar muitas noites de sono, porque sua parte disciplinar é muito ruim”, relatou Marques, sem dar detalhes sobre as atitudes do jogador.
Promessa do Atlético, o baiano de Salvador conquistou o Campeonato Mineiro sub-17 (2016) e a Copa do Brasil sub-20 (2017). Recentemente, passou a treinar com o elenco profissional, mas voltou às categorias de base para ter mais chances de jogar, já que é observado pela comissão técnica da Seleção Brasileira sub-20.
De acordo com Marques, a diretoria alvinegra tentou contornar a situação de outra forma, mas, por fim, optou pelo empréstimo ao clube paulista. “Nós demos todas as chances a ele para que se redimisse, entrasse no padrão que a gente entende da base, comandada por mim, mas respaldada pelo Gallo, pelo presidente, por toda a direção do Atlético, mas infelizmente não foi possível. Eu falo isso com muita segurança. É um atleta que me desgastei muito. Foi o atleta que mais vezes me visitou na sala que a gente ocupa na base. Tentamos de todas as formas colocá-lo na linha, a ponto de subir ele para o profissional e colocá-lo dentro do que entendemos como disciplina no Atlético”, justificou.
Coordenador da base do Atlético, Marques justificou empréstimo de Ruan Marvyn ao Palmeiras - Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press
“Estamos à frente de mais de 250 garotos e não podemos deixar que atos de indisciplinas que ele cometeu possa influenciar outros garotos. Por isso nós tomamos essa decisão e esperamos que ele dê certo no Palmeiras. Caso não dê certo, receberemos ele de braços abertos, mas era importante que ele respirasse novos ares. Nós hoje, no Atlético, primamos pelo comportamento, disciplina e exemplo. Mesmo sendo exemplo negativo, ele serve de forma positiva para todos aqui dentro”, continuou Marques.
Saída do Atlético
Assim que a saída de Ruan foi confirmada, surgiram críticas à diretoria do Atlético, que já havia elogiado o desempenho do zagueiro. O empréstimo vale até o fim da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em janeiro de 2019. O Palmeiras também terá a opção de prolongar o empréstimo até o fim da próxima temporada. Marques defendeu a estratégia alvinegra.
“Teve um burburinho ontem (quarta-feira, quando o empréstimo foi confirmado) que me chamou muita atenção sobre o empréstimo do Ruan. Na realidade, é um ótimo negócio para o Atlético. Ele será emprestado, com passe fixado, e nos resguardamos ainda de 30% de seu passe caso o Palmeiras exerça, no final do empréstimo, a compra”, completou.
Ruan sequer estreou profissionalmente com a camisa do Atlético. O zagueiro chegou a ser relacionado para partidas do Campeonato Brasileiro, mas não entrou em campo. Nas redes sociais, o jovem se despediu do clube alvinegro. "Serei eternamente grato ao Atlético por ter aberto as portas do clube para mim e ceder toda a sua estrutura para a minha evolução. Estou indo, Massa, mas eu volto... Até breve", publicou.
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