Elias deu uma assistência e marcou um gol em momentos específicos dos jogos contra Palmeiras e Paraná – justamente quando o treinador optou por esquema com três volantes. Com mais um homem de marcação, o crescimento do camisa 7 é nítido, já que tem melhor cobertura defensiva e liberdade para pôr em prática uma de suas características principais, a forte chegada ao ataque como elemento surpresa.
Thiago Larghi vê Elias como um jogador criativo, tal qual os que atuam no ataque: “Consideramos que temos um volante e dois meias. Consideramos que Elias, Galdezani, Cazares ou Luan são meias. Eles fazem de área a área, têm liberdade para jogar e fazem bem suas funções. Elias tem histórico de gols, chegada no ataque. Galdezani tem criatividade no passe, vai bem à linha de fundo. A principal características dele é ajudar na fase defensiva e organizar”.
Elias fica na expectativa que Larghi mantenha a formação que o libere mais ao ataque contra o Bahia, segunda-feira, às 20h, em Salvador, para que o Galo se mantenha na parte de cima do Brasileiro. Até lá, o treinador terá três atividades na Cidade do Galo para aperfeiçoar o sistema e intensificar o entrosamento da equipe, especialmente das peças mais criativas.
O gol contra o Paraná foi o 15º de Elias pelo Atlético – até então, o último havia sido contra o América, pela semifinal do Mineiro. Ele acredita que o esquema com três volantes não deixa a equipe mais defensiva e sim cria novas opções: “Hoje, o termo volante leva a pensar que o time está jogando na retranca. Mas tem jogadores de meio-campo que marcam bastante, mas têm muita qualidade. O meio-campo é onde gosto de jogar. É lá que um parceiro nos ajuda a recompor ou a criar, dando liberdade para chegar ao ataque. Tem jogos que dá para atuar assim, outros não. É o treinador quem decide. O importante é que temos opções para que possamos variar o esquema”, analisa Elias.
Para o volante, a Copa do Mundo da Rússia mostrou que o futebol moderno pede atletas que saibam defender e atacar com intensidade: “Ficou provado que a maioria das seleções jogava com três jogadores no meio-campo que tinham muita qualidade, que marcavam e jogavam. A França atuava com Pogba, Kante e Matuidi. A Croácia com Modric, Raktic e Brosovic. É a nova tendência do futebol: ter jogadores que marcam e que atacam”.
O camisa 7 acredita que vai acrescer individualmente a partir de agora, podendo ajudar a equipe coletivamente: “Futebol é confiança, mais que tudo. Se o jogador está confiante, vai conseguir fazer as coisas naturalmente. Com a confiança do treinador, vamos conseguir fazer isso. Já demonstrei isso contra o Palmeiras e pude fazer isso novamente contra o Paraná. Espero estar sempre evoluindo para ajudar o Atlético a vencer seus jogos”.
LATERAL
Com a volta de Galdezani e Luan, livres de suspensão, o Galo terá um time mais encorpado contra o Bahia. Por outro lado, a equipe pode ficar sem o lateral-esquerdo Fábio Santos, que sofreu entorse no tornozelo esquerdo e ficará em tratamento nos próximos dias. Caso o camisa 6 não tenha condições de jogo, o prata da casa Carlos Gabriel será escalado – Lucas Cândido, que seria opção, foi expulso contra o Paraná.
Diferença de atuação
Confira no mapa de calor como Elias aumenta a movimentação jogando com mais dois volantes
Vasco 2 x 1 Atlético
1ª rodada do Brasileiro
Elias começa o Brasileiro como segundo jogador de marcação, com a incumbência de preencher os espaços vazios e ficar atento ao contra-ataque adversário. O mapa de calor na derrota para o Vasco, em São Januário, mostra o atleta mais preso ao setor direito de ataque, com raras chegadas ao campo adversário.
Atlético 2 x 0 Paraná
15ª rodada do Brasileiro
Com mais um volante na equipe, ele tem sempre um companheiro para cobri-lo quando chega ao ataque. Na vitória sobre o Paraná, sobretudo na etapa final, o mapa de calor demonstra que o camisa 7, que marcou o segundo gol alvinegro, é mais participativo nas ações ofensivas, com presença mais assídua em mais espaços no campo de ataque.
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