Rosinei nasceu em Cruzeiro, cidade paulista distante 220 km da capital São Paulo, mas fez história com a camisa do Atlético, clube pelo qual levantou a Copa Libertadores de 2013. Cinco anos depois da inesquecível conquista, o ex-jogador relembra, em entrevista ao Superesportes, com carinho daquela campanha.
“Na minha carreira, foi o titulo mais emocionante por tudo que a gente passou”, disse o ex-jogador do Atlético, que conquistou um Brasileiro com o Corinthians (2005) e uma Sul-Americana (2008) com o Internacional, além de outros títulos considerados menores.
Na campanha do título, Rosinei viveu um momento difícil no Atlético. No segundo jogo das oitavas de final da Copa Libertadores, no Independência, ele trocou agressões com Carleto, então no São Paulo. A Conmebol aplicou suspensão de quatro jogos. Com a punição, o volante só teve condição de jogo na decisão.
“Para mim, foi especial porque no jogo contra o São Paulo tive o problema com o Carleto. Peguei suspensão e isso me deixou chateado. Quando tudo estava bem, com um ritmo legal, aquilo atrapalhou a minha vida”, lamentou Rosinei, que ficou de fora dos jogos contra Tijuana (quartas de final) e Newell's Old Boys (semifinal).
Mesmo com a suspensão, Rosinei não perdeu o moral que tinha com Cuca. Ele entrou nos dois jogos da final. Na primeira partida, foi infeliz ao fazer a falta que originou o segundo gol do Olimpia. O jogo terminou 2 a 0, e o Galo precisava fazer o resultado na finalíssima, no Mineirão.
No jogo em Belo Horizonte, o primeiro gol do Galo só saiu no início do segundo tempo. Coube a Rosinei fazer o cruzamento para Jô, que abriu o placar após falha do setor defensivo do Olimpia. Rosinei relembra o vestiário mobilizado pelo resultado.
“Acho que o momento marcante para mim foi quando a gente voltou para o vestiário e começamos a nos motivar. 'Vamos mudar, vamos fazer os gols, vamos sair daqui campeões!'. Pierre me pegou e falou que talvez o Cuca ia precisar de mim. No momento em que o Cuca me chamou, eu entrei como segundo volante. Antes, o Ronaldinho conversou comigo e disse: 'Vamos atacar esses caras, vamos para cima deles. Tudo que você não correu, vamos correr hoje.' Tardelli, Bernard, todo muito motivado”, conta.
O empenho foi premiado. O Atlético venceu o Olimpia por 2 a 0 (Jô e Leonardo Silva). A partida foi para o pênaltis, com vitória alvinegra por 4 a 3. “Acredito que era para ser daquela forma sofrida. Enfrentamos times fortes, que estavam bem preparados. Fora de casa tivemos alguma dificuldade, mas no Horto a gente se superava. A gente estava muito unido, querendo ganhar esse título. E o Atlético merecia porque é um clube sensacional, tem que ser respeitado pela grandeza, pela torcida que tem. Todos aqueles jogos estarão marcados na minha vida”, afirmou.
Rosinei considera Ronaldinho Gaúcho o ícone daquele time. “Falar do Ronaldinho não tem nem o que falar. Como jogador, fez muito pelo futebol. Eu sempre falo que jogador que tive o maior prazer de trabalhar foi ele. O mais humilde mesmo tendo conquistado tudo. Ele tem uma humildade incrível. Ele era muito de grupo, tudo estava bom. O tempo que estive lá, nunca vi ele reclamar”.
Hoje, Rosinei está aposentado e pensa em estudar gestão esportiva no segundo semestre deste ano. “Começo estágio no São Bento de São Paulo agora. Vou começar como auxiliar técnico”, disse o ex-jogador, que não esquece a história que ajudou a escrever no Galo. “Guardo um carinho especial pelo Atlético. Digo a todo mundo que também me tornei mais um Galão da Massa”.
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