Atlético
None

ATLÉTICO

Seis anos após 'tuitada do Kalil', Victor passa a limpo trajetória no Atlético, relembra 'negociação-relâmpago' e quer mais títulos

Goleiro de 35 anos foi anunciado como reforço do clube em 29 de junho de 2012

postado em 29/06/2018 15:51 / atualizado em 29/06/2018 20:35


A ‘torcida mais chata do Brasil’, nas palavras do ex-presidente do Atlético e atual prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS), recebeu um alento em 29 de junho de 2012. Há exatos seis anos, o então mandatário alvinegro anunciava a contratação daquele que viria a ser um dos grandes ídolos da história do clube: Victor. Na tarde desta sexta-feira, o goleiro passou a limpo a vitoriosa trajetória desde a famosa ‘tuitada’ que sacramentou a saída do Grêmio rumo à Cidade do Galo e projetou a conquista de mais títulos.

Bruno Cantini/Atlético

“Talvez eu não consiga dimensionar (o significado que ele tem para o clube). Talvez o próprio torcedor consiga responder melhor essa pergunta. Independentemente disso, me sinto muito feliz por completar seis anos defendendo as cores do Atlético, seis anos de grandes conquistas, de grandes jogos, de muitas coisas positivas que vivi aqui. Tenho pretensão de continuar vivendo. É uma marca importante. São poucos os atletas que passam tanto tempo num clube, seja tempo, seja número de partidas também. Hoje, tenho mais de 350 partidas pelo Atlético. É algo que engrandece demais minha carreira, que me deixa muito feliz e que me motiva a continuar trabalhando para buscar títulos, que a gente sabe que é o importante e que eternizam o atleta dentro de um clube”, disse o goleiro, em entrevista coletiva na Cidade do Galo.

Em seis anos de Atlético, Victor disputou 359 partidas e sofreu 382 gols - média de 1,06 por aparição. Foram seis títulos oficiais conquistados: três Campeonatos Mineiros (2013, 2015 e 2017), uma Copa Libertadores (2013), uma Recopa Sul-Americana (2014) e uma Copa do Brasil (2014).

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Mas, mais que números, o goleiro ficou eternizado graças a grandes atuações e, em especial, uma defesa histórica: a do pênalti batido por Riascos, então jogador do Tijuana-MEX, aos 48 minutos do segundo tempo do jogo de volta das quartas de final da Libertadores de 2013.

“É difícil resumir, até pela história vitoriosa que a gente construiu, graças a Deus. Se fosse resumir, resumiria em felicidade, orgulho, satisfação e gratidão por tudo o que eu vivi nesses seis anos vestindo a camisa do Atlético. Graças a Deus, tive a felicidade de viver mais bons momentos que momentos ruins. Desde que cheguei aqui, todo ano o Atlético tem brigado por títulos. Isso demonstra que o Atlético se tornou um dos principais clubes no cenário nacional”, disse.

Negociação-relâmpago

A ‘tuitada’ de Kalil foi resultado de uma negociação curiosa e que se resolveu rapidamente. Atlético e Grêmio - ex-clube de Victor - se enfrentariam pelo Campeonato Brasileiro em 1º de julho. Na semana do duelo, os clubes iniciaram as tratativas. Os detalhes, o próprio goleiro contou.

“Foi na sexta (a tuitada). Eu tinha treinado à tarde lá, no time titular do Grêmio. Ia jogar contra o Atlético (no domingo). Foi tudo muito rápido. Na quinta-feira, a proposta chegou. Na sexta-feira, conversei com o Luxemburgo, que era o treinador (do Atlético) da época, e ele falou que estava ciente da proposta. Fui treinar. Voltei do treino, vi que eu não estava na relação. Fui até a sala da presidência para saber o que estava acontecendo, porque eu também não estava muito bem informado da situação. Eles me explicaram da negociação. Saí dali e, meia hora depois, o Kalil deu aquela tuitada. Eu falei: ‘É para ser mesmo, vamos abraçar esse novo desafio, vamos escrever uma nova história’. Sou muito grato à essa tuitada, que, num primeiro momento, me deixou confuso, me deixou maluco, porque era uma decisão que tinha sido tomada muito rapidamente. Em questão de dois, três dias as coisas aconteceram. Mas realmente mudou o rumo da minha vida, mudou minha história como atleta. Sou muito grato por tudo isso ter acontecido, por ter vivido o que vivi aqui no Atlético após essa tuitada”, disse.

Leia o que mais Victor falou sobre os seis anos de Atlético

Torcida do Atlético é ‘chata’, como escreveu Kalil no Twitter?

Graças a Deus, tive a felicidade de viver mais bons momentos que momentos ruins. Desde que cheguei aqui, todo ano o Atlético tem brigado por títulos. Isso demonstra que o Atlético se tornou um dos principais clubes no cenário nacional. Eu não diria ‘chato’. Eu diria que o torcedor do Atlético é exigente. Quando você passa por conquistas recentes importantes, 
o torcedor se habitua a vencer. É claro que dentro de campo a gente vai fazer o nosso melhor para isso, para buscar títulos e vitórias. Mas como tudo é um jogo, os adversários também querem vencer. Mas a gente entende, a gente compreende, sabe que o torcedor quer o melhor para o clube. A gente quer fazer o melhor também. Nem sempre as coisas vão caminhar como a gente imagina, mas a gente trabalha para isso. A pressão é normal pela grandeza de vestir a camisa do Atlético, que é um dos maiores clubes do futebol nacional.

Vislumbra bater recorde do ex-goleiro João Leite, que disputou 684 jogos pelo Atlético?

(Sou) Criança para a vida. Para o futebol, nem tanto (risos). Não é algo que eu tenho como objetivo de carreira. Quero fazer de cada jogo o jogo mais especial da minha carreira. E fazer o meu melhor em cada jogo. Minha motivação é buscar grandes conquistas, é buscar títulos, é buscar vitórias, é jogar em alto nível. Acho difícil chegar a 700 jogos. Com 35 anos, acho pouco provável que eu consiga chegar a esse número. Mas não é só pensar em números. É pensar em qualidade de trabalho. É nisso que eu foco: manter o trabalho de excelência para que eu possa ajudar o clube a buscar grandes conquistas.

Tags: goleiro victor victor gremiors galo seriea futnacional interiormg atleticomg