Atlético cria muitas chances de gol, mas tem pouca efetividade nas conclusões

Desde que Thiago Larghi se tornou o treinador da equipe, o Atlético assumiu nova postura tática que privilegia a posse de bola e tem alto volume de jogo em praticamente todas as partidas. Esse elevado padrão de criação de jogadas tem sido determinante para os resultados do alvinegro no Campeonato Brasileiro. Mas, apesar de construir muitas jogadas ofensivas, o Galo teve baixo aproveitamento nas finalizações, o que pode explicar a derrota para o Flamengo por 1 a 0, em pleno Independência. O resultado no fim de semana fez o rubro-negro tomar a liderança dos mineiros.

Diante do Fla, o Galo teve sua pior performance ofensiva em todo o campeonato, já que apenas 33% das conclusões ao gol foram certas (apenas cinco dos 15). Os donos da casa não contaram com Ricardo Oliveira, artilheiro da equipe no ano, que teve uma virose e foi vetado minutos antes do confronto. Seu substituto, o jovem Alerrandro errou seus três chutes no gol de Diego Alves e foi substituído no segundo tempo.

O jogador de 18 anos ficou triste com as oportunidades desperdiçadas: “Comecei bem, mas as chances perdidas abalaram minha cabeça. Agora é trabalhar bastante para tirar esse peso das minhas costas”. Com sete jogos pelo time profissional, ele ainda busca o primeiro gol.

Devido à baixa produtividade do ataque, a diretoria alvinegra admite que vai ao mercado buscar um novo atacante, de preferência que atue avançado e sirva de sombra para Ricardo Oliveira. Thiago Larghi entende que essa carência precisa ser solucionada o quanto antes. “A nossa criação é bem consistente. O time criou muito contra o Flamengo, teve maior número de finalizações, maior posse de bola, chegada na frente da área do adversário, mas é claro que precisa colocar a bola pra dentro. A gente precisa reforçar o grupo nesse ponto. Eu tenho certeza que a diretoria está trabalhando e ela trabalha com qualidade”.

E com o objetivo de melhorar o poderio ofensivo é que o Galo vai encarar o Sport amanhã, às 19h30, na Ilha do Retiro, no único jogo fora de casa antes da Copa do Mundo. Até mesmo quando fez exibição consistente, uma das melhores da temporada – a vitória contra o Corinthians por 1 a 0, no mês passado –, o ataque atleticano mais errou do que acertou (apenas 44% de êxito). Em outra vitória, diante do Cruzeiro, essa porcentagem foi até menor (37,5% de aproveitamento), o que faz do Galo um dos times que mais perdem gols no Brasileiro.

Um dos artilheiros da competição, com cinco gols, ao lado de Pedro (Fluminense), o atacante Róger Guedes sustenta números curiosos. Embora seja o jogador que mais finalizou ao gol nesta edição, com 13 chutes, ele também é o jogador do Atlético que mais errou o alvo – outros 13 arremates em direção à meta adversária, nos sete jogos.

PROPOSTA Com direitos federativos ligados ao Palmeiras, Róger Guedes foi o centro das atenções nessa segunda-feira, já que é um dos alvos do mercado árabe para o segundo semestre. O Al Hilal está disposto a comprá-lo. O Atlético tem prioridade de compra do atleta, mas precisa igualar o valor caso o clube paulista receba alguma proposta vinda do exterior. Ele está emprestado ao Galo até dezembro e não veio com os direitos fixados.

A possibilidade de o Atlético adquirir Róger Guedes no atual momento é mínima. O clube adotou política de corte de gastos na folha salarial e nos investimentos e só vem reforçando o grupo através de empréstimos curtos e sem ônus.

Outro que o Galo pode perder é o meio-campo Rómulo Otero, com proposta do Al-Wehd.