A declaração do presidente Sérgio Sette Câmara depois do jogo contra o San Lorenzo ainda causa repercussão na Cidade do Galo. O dirigente confirmou que o clube abriu mão da Copa Sul-Americana em detrimento da participação com força total nas demais competições e chamou o torneio internacional de “Segunda Divisão da Libertadores”, com apelo financeiro menor – o clube deixou de arrecadar R$ 820 mil por não ter se classificado à segunda fase. O discurso foi diferente do adotado por Thiago Larghi, que garantiu que valorizou a Sul-Americana e escalou os atletas com melhores condições físicas.
A decisão de apostar nos reservas partiu inicialmente de Thiago Larghi, que se reuniu com o restante da comissão técnica depois do jogo contra o São Paulo, sábado à noite. Já a presença do goleiro Victor foi definida na segunda-feira à noite, por decisão da diretoria alvinegra, ciente de que o camisa 1 poderia ser fundamental numa eventual decisão por pênaltis.
A receita de abrir mão da competição internacional foi a mesma adotada por Cruzeiro e Corinthians na temporada passada. E os resultados em campo foram positivos: depois de serem eliminados nas fases iniciais da Copa Sul-Americana, as equipes venceram a Copa do Brasil e o Brasileiro, respectivamente. “São bons caminhos. Você acaba se concentrando e tem jogadores em bom nível para disputar as demais competições. Fica difícil disputar todos os torneios com a mesma força. Infelizmente saímos da Sul-Americana, mas continuamos com objetivos à frente, agora com um calendário mais enxuto para termos mais força. Acreditamos no grupo que temos para deixarmos o torcedor mais confiante”, afirma o capitão Leonardo Silva.
Independentemente de a equipe ter se classificado ou não, o defensor acredita que a cobrança por resultados tende a ser grande nos próximos jogos: “A pressão seria a mesma se tivéssemos classificado contra o San Lorenzo. A cobrança é sempre grande quando os títulos importantes estão em disputa. A cobrança é igual. Fizemos grande jogo contra o San Lorenzo e agora é fortalecer o grupo. Vamos jogar o Brasileiro e a Copa do Brasil com o mesmo padrão e em busca dos dois títulos”.
Baseado no discurso dos dirigentes e da comissão técnica, o Galo promete força total a partir de agora até a parada para a Copa do Mundo. A pretensão da diretoria é de que a equipe atinja as três primeiras posições nesta primeira parte do Brasileiro. Serão oito jogos pela Série A – o próximo será diante do Atlético-PR, domingo, às 16h, na Arena da Baixada – e o duelo decisivo pelas oitavas de final da Copa do Brasil diante da Chapecoense, quarta-feira, em Chapecó – os mineiros precisam vencer para se classificar no tempo normal. Nesse período, Thiago Larghi terá apenas uma semana livre para trabalhar a equipe.
Mesmo com a queda diante do San Lorenzo, vários personagens ganharam crédito. Um deles é o técnico Thiago Larghi, que conseguiu dar ao time reserva o padrão dos titulares nos últimos jogos. Apesar disso, a diretoria não garantiu a sua efetivação, pelo menos até a Copa do Mundo. Até la, vai pesar o desempenho da equipe nos jogos daqui para a frente.
O atacante Erik acredita que o time saberá administrar bem os jogos de agora em diante: “Temos um grupo bastante maduro. É o momento de focar no domingo, contra o Atlético-PR, e depois contra a Chapecoense. Temos de pensar num jogo de cada vez. Temos que chegar mais longe possível nas duas competições”.