A eliminação do Atlético na primeira fase da Copa Sul-Americana pareceu não preocupar muito os dirigentes do clube, que alegaram fatores desfavoráveis para seguir na competição. As declarações do presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, depois do empate por 0 a 0 diante do San Lorenzo, nessa quarta-feira, no Independência, no jogo de volta da eliminatória, evidenciaram o desinteresse do clube.
Após o empate, o técnico Thiago Larghi se defendeu sobre a opção de poupar os titulares na decisiva partida contra o San Lorenzo. Entretanto, apesar de o clube não se mostrar muito interesse no torneio, o alvinegro deixa boas oportunidades escaparem com a saída precoce. O Superesportes enumerou algumas questões que o Atlético deixará de somar nesta temporada.
Motivos para valorizar a Copa Sul-Americana:
Expansão da marca
Desde 2012, com a chegada de Ronaldinho Gaúcho e as seguidas participações na Copa Libertadores (de 2013 a 2017), o clube conseguiu expandir sua marca internacionalmente. Entretanto, com a precoce desclassificação no único torneio continental disputado na temporada, uma ampliação da “marca Atlético” fica restrita.
'Demarcar' território
Na América do Sul, o Galo ganhou autoridade nos últimos anos, principalmente pelos títulos continentais de 2013 e 2014 (Libertadores e Recopa Sul-Americana). A força da equipe em casa também se tornou uma característica do clube nas competições. Desclassificado, o Atlético não poderá ampliar seu retrospecto contra outras equipes sul-americanas. Em sua história, o clube já enfrentou equipes de todos os países da América do Sul (exceto Guiana, Guiana Francesa e Suriname). A torcida, outro fator chave para 'demarcar' território se utilizando dos 'consulados' do Galo ao redor do mundo, também ficará órfã de excursões para os países vizinhos.
Na América do Sul, o Galo ganhou autoridade nos últimos anos, principalmente pelos títulos continentais de 2013 e 2014 (Libertadores e Recopa Sul-Americana). A força da equipe em casa também se tornou uma característica do clube nas competições. Desclassificado, o Atlético não poderá ampliar seu retrospecto contra outras equipes sul-americanas. Em sua história, o clube já enfrentou equipes de todos os países da América do Sul (exceto Guiana, Guiana Francesa e Suriname). A torcida, outro fator chave para 'demarcar' território se utilizando dos 'consulados' do Galo ao redor do mundo, também ficará órfã de excursões para os países vizinhos.
'Escola' para uma possível Libertadores 2019
Desde 2015, a Sul-Americana dá ao vencedor do torneio uma vaga na Libertadores da temporada seguinte. Além disso, o Atlético poderia se preparar para o maior torneio do continente por meio da 'Sula', enfrentando adversários em situações semelhantes. A pressão das torcidas, adaptação às diferentes situações em cada país e aos campos de jogo ajudam para uma eventual disputa de Libertadores em 2019.
Valorização de jogadores
O futebol brasileiro é alvo de diversas investidas do mercado, oriundas de várias regiões. Entretanto, a valorização de jogadores para uma eventual venda é potencializada caso o atleta se destaque em competições internacionais, como é o caso da Copa Sul-Americana. A título de exemplo, o Independiente, campeão do torneio em 2017, conseguiu 'fazer dinheiro' com duas peças que foram importantes para o título: o lateral-esquerdo Nicolás Tagliafico, à época com 25 anos, e o atacante Ezequiel Barco, com 17. Depois da competição, o primeiro foi vendido ao Ajax, por 6 milhões de dólares (cerca de R$ 15,6 milhões), e o segundo ao Atlanta United, por 15 milhões de dólares (cerca de R$ 48 milhões).
Título inédito
A Sul-Americana é um torneio que o Atlético jamais conquistou. A competição, que começou a ser disputada em 2002, foi vencida apenas três vezes por brasileiros: Internacional (2008), São Paulo (2012) e Chapecoense (2016). Com o troféu, o Galo poderia ampliar sua coleção de taças continentais, juntando-se à Libertadores (2013), Recopa (2014), e às duas Copas Conmebol (1992 e 1997).
Recopa Sul-Americana e grana a mais
Com o título, o Atlético poderia partir em busca do bicampeonato da Recopa em 2019, ao disputar a competição contra o campeão da Libertadores deste ano. Além disso, o campeão da Sul-Americana recebe o valor de 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 8,2 milhões). O vice ganha em torno de 1,2 milhões de dólares (cerca de R$ 4 milhões). Ambos os valores ainda têm acréscimos de premiações das outras fases.
Nem tudo está perdido...
Apesar da eliminação, a temporada segue no Atlético. O clube busca ainda os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro, este último o 'sonho de consumo' do presidente Sérgio Sette Câmara. Os campeões nacionais de 2017, Cruzeiro e Corinthians, também caíram na Sul-Americana, mas em momentos distintos. A Raposa, campeã da Copa do Brasil de 2017, deixou a 'Sula' na primeira fase, de maneira melancólica, para o Nacional do Paraguai. Já o Corinthians, vencedor do Brasileirão de 2017, deixou o torneio continental nas oitavas, eliminado pelo Racing.