Torcida ocupou poucos espaços no Independência em duelo pela semifinal do Campeonato Mineiro - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, está na bronca com a diretoria do América. O principal alvo do mandatário alvinegro é o presidente do Coelho, Marcus Salum. Além de prometer interpelar judicialmente o rival, o dirigente atleticano culpou o adversário pelo pequeno público no Independência na tarde deste domingo, no Independência. O Galo venceu por 2 a 0 e avançou à decisão do Campeonato Mineiro. Apenas 6.692 torcedores estiveram no estádio.

A diretoria do América decidiu abrir apenas os portões inferiores no Independência. Os setores superiores só seriam abertos caso todos os bilhetes colocados à venda anteriormente se esgotassem. Isso não aconteceu. Para a torcida alviverde, ingressos entre R$ 30 e R$ 120. Os sócios do clube ainda poderiam comprar cinco ingressos a R$ 10, cada.

Para a torcida do Atlético, apenas um setor, com ingressos a R$ 100, com meia-entrada a R$ 50.

Sette Câmara afirmou que fez de tudo na reunião dos clubes na Federação Mineira de Futebol para que o clássico tivesse um bom público. O dirigente alvinegro disse, inclusive, que aceitaria todas as condições impostas pelo América. Para ele, o culpado do pequeno número de torcedores no Independência é o clube alviverde.

“Como presidente do Atlético, fico muito triste, pois no dia do aniversário do clube de 110 anos, esperava o campo cheio pelas duas torcidas. A forma como o América se postou, na negociação desses jogos, foi para que afastasse o torcedor de campo. Dirigente tem que ter a cabeça diferente, tem qeu ser moderno. Torcedor tem que estar no estádio. Futebol é emoção, alegria. Tem que vir a família, filhos. Queremos ver o campo cheio. Ver um campo vazio como esse hoje, em uma semifinal de Campeonato Mineiro, é uma vergonha para nós dirigentes. Mas não me incluo nisso. Fiz de tudo que possam imaginar. Falei para fazer tudo que o Salum pedisse para que a gente pudesse ter o campo cheio. Ele tem que repensar esses conceitos. Não estou falando essas questões ao vento. Elas estão registradas na ata da reunião na Federação Mineira de Futebol. O Atlético abriu mão de tudo que fosse necessário para o torcedor ter acesso. A gente viu a parte superior sem nenhum torcedor. É uma vergonha para nós. Temos que repensar essas coisas. O torcedor tem que vir a campo, ele é a razão de ser do futebol”.

Desde 2012, apenas dois clássicos entre Atlético e Cruzeiro foram realizados no Mineirão com metade da carga de ingressos para cada lado. Isso aconteceu na reinaguração do estádio, em 2013, e na Primeira Liga, em 2017. Sérgio Sette Câmara afirmou que é a favor deste modelo de jogo, que é pedido constantemente pelos torcedores das duas equipes.

Último clássico com torcida dividida no Mineirão foi disputado em 2017, pela Primeira Liga - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

“Eu sou um dirigente da nova geração. Não penso igual ao velho futebol mineiro, do qual o Salum faz parte. Fiz de tudo para trazer o torcedor para o campo. Sou a favor de torcida dividida nos jogos entre Atlético e Cruzeiro. É uma questão de trabalhar a segurança”, disse.

Apesar da visão do presidente do Atlético, ainda não se tem uma definição sobre os clássicos da decisão do Campeonato Mineiro. Galo e Cruzeiro se enfrentarão pela taça. Nos próximos dias o Alvinegro vai anunciar onde mandará seu jogo. A tendência é que a mudança, caso aconteça, seja para o Campeonato Brasileiro.