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TJMG julga, nesta terça-feira, recursos em ação de dívida do Atlético com WRV

Advogados do clube contestam decisão de primeira instância

Rodrigo Melo
Dinheiro de empréstimo entre Atlético e WRV ajudou a viabilizar contratação de Guilherme em 1999 - Foto: Jorge Gontijo/EM/D. A Press
Atlético e WRV Empreendimentos e Participações Ltda. participam, nesta terça-feira, de mais um capítulo da disputa judicial relativa a uma dívida do clube com a empresa. A 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgará, em segunda instância, recursos interpostos pelo Alvinegro e por um grupo de advogados, terceira parte no processo, referentes às decisões anteriores, favoráveis aos credores.

A WRV cobra do Atlético uma dívida iniciada no final da década de 1990 e que diz respeito a um empréstimo de cerca de R$ 7 milhões. O clube utilizou a quantia para contratar Guilherme, em 1999, e para renovar os contratos do zagueiro Cláudio Caçapa e do próprio atacante, no ano seguinte. Segundo os advogados da empresa, o valor corrigido é de R$ 64 milhões.

Para receber o montante, a WRV interviu em negociações do Atlético no mercado de transferências de jogadores. A empresa pediu o bloqueio de valores referentes às vendas de Lucas Pratto ao São Paulo (R$ 20 milhões) e, posteriormente, ao River Plate (R$ 20 milhões). Além do dinheiro proveniente da saída do argentino, os credores solicitaram o valor da multa da transferência de Fred ao Cruzeiro (R$ 10 milhões).

Empresa pede o bloqueio de R$ 20 milhões referentes à venda de Pratto ao River Plate - Foto: Arquivo/EM/D. A PressA decisão em primeira instância no TJMG determinou que fosse executada a sentença a favor da WRV. Como resultado, a empresa conseguiu o bloqueio de R$ 20 milhões no caso Lucas Pratto e R$ 10 milhões no caso Fred.

O escritório de advocacia contratado pelo Atlético para o caso entrou com recursos de agravo de instrumento questionando definições do parecer.

Paralelamente, será julgado também em segunda instância, nesta terça-feira, um agravo de um grupo advogados.
Eles teriam valores a receber da WRV, após adquirir o crédito milionário desse caso por arrematação judicial.

Por sua vez, a WRV alega que os recursos visam a prolongar a disputa. Dessa forma, o Atlético ganha tempo em uma eventual negociação. A empresa entende que todos os pedidos feitos pelo clube e por terceiros foram julgados improcedentes nos processos em tramitação no TJMG e no STF.

As decisões tomadas em segunda instância, nesta terça-feira, pelo TJMG, cabem recurso de qualquer parte.

Decisão pelo bloqueio

Em janeiro, o juiz Marco Aurélio Chaves Albuquerque, da 24ª Vara Cível de Belo Horizonte, determinou o depósito em juízo de R$ 10 milhões que seriam destinados ao Atlético pela multa da transferência de Fred ao Cruzeiro. O magistrado também analisaria o eventual bloqueio de R$ 20 milhões referentes à venda de Lucas Pratto pelo São Paulo ao River Plate.

Conversas por um acordo

No início de fevereiro, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, esteve reunido com representantes da WRV para tentar chegar a um acordo pelo pagamento da dívida. No ponto de vista do clube mineiro, os valores totais estariam incorretos e o montante devido poderia ser parcelado para encerrar a disputa na Justiça. No entanto, o feriado de carnaval e recentes viagens do presidente atleticano com o time esfriaram as conversas..