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Qual o perfil? Atlético define estilo, mas procura técnicos com propostas de jogo distintas

Diretoria alvinegra ainda busca substituto de Oswaldo de Oliveira

João Vitor Marques
Estilo de jogo desejado pelo Atlético não se encaixa com perfis de todos os técnicos procurados - Foto: Lucas Merçon/Fluminense;Cesar Greco/Palmeiras;Agência Corinthians
“Tem que ser um time intenso, de marcação na frente, com mais força, com mais pegada, com determinação, que é a cara que o time pede”. A declaração do diretor de futebol do Atlético, Alexandre Gallo, diz respeito ao estilo de jogo que deve ser proposto pelo próximo treinador alvinegro. As características citadas pelo dirigente - que se aplicam ao conceito da equipe vencedora em 2013 e 2014, por exemplo -, entretanto, não são comuns a todos os técnicos procurados pelo clube para a sucessão de Oswaldo de Oliveira, demitido na última sexta-feira.

Até o momento, sabe-se que três treinadores entraram em pauta nas discussões da diretoria do Atlético: Abel Braga (Fluminense), Cuca (sem clube) e Fábio Carille (Corinthians). As tratativas, entretanto, não avançaram.

Abel não quis confirmar publicamente que foi procurado pelo Atlético. No caso de Carille, foi ele mesmo que confirmou a sondagem do clube mineiro. Cuca, por sua vez, pretende voltar a trabalhar apenas após a Copa do Mundo, que se encerra em 15 de julho.

Além de Alexandre Gallo, também participam das conversas para tratar do próximo comandante o presidente Sérgio Sette Câmara e o vice Lásaro Cândido da Cunha.

Os três procurados

Os estilos mais conflitantes são os de Cuca e Fábio Carille, os dois últimos campeões brasileiros. O ex-treinador do Palmeiras conquistou a Copa Libertadores de 2013 com o Atlético e desfruta de grande prestígio entre os torcedores.

Foi justamente o paranaense que ajudou a estabelecer o estilo ‘Galo Doido’ - jogo de intensidade, pressão na marcação e muita ofensividade. O modelo de jogo estabelecido nos tempos de Atlético se repetiu, por exemplo, no Palmeiras campeão nacional em 2016.
Só para citar um exemplo, Cuca prega a marcação por encaixes individuais. Essa proposta faz com que jogadores persigam os adversários por longas extensões de campo.

O técnico aposta em um combate ‘agressivo’ e menos posicional. Os times de Cuca marcam com linhas altas - a famosa ‘pressão’, citada por Alexandre Gallo e que tanto deu resultado no Atlético e no Palmeiras. Não à toa, a intensidade pedida pelo treinador faz com que as equipes comandadas por ele muitas vezes abram o placar nos primeiros minutos dos jogos.

Fábio Carille é exatamente o oposto de Cuca, ao menos quando se trata do momento defensivo. O jovem comandante opta pela marcação por zona. A ideia é que os jogadores não façam longas perseguições aos adversários, mas apostem no bom posicionamento.

O Corinthians de 2017, que teve o melhor primeiro turno da história do Campeonato Brasileiro de pontos corridos, ficou conhecido por não marcar com linhas altas - ao contrário do gosto de Cuca e do que foi citado por Gallo. O time alvinegro esperava o adversário, roubava bolas no próprio campo e, por vezes, ‘matava’ o jogo em contra-ataques fatais.

Em 2017, Cuca e Carille montaram equipes no 4-2-3-1. O corintiano aposta no 4-1-4-1 nesta temporada. A configuração tática, entretanto, apenas ‘molda’ o posicionamento dos jogadores. O ponto mais importante é o modelo de jogo proposto pelo comandante. É justamente por isso que, mesmo com sistemas iguais, as equipes paulistas atuavam de formas tão diferentes.

Abel Braga, por sua vez, não conseguiu fazer com que o limitado time do Fluminense brigasse por posições na parte de cima do Campeonato Brasileiro de 2017. O experiente treinador variou com frequência o estilo de jogo, mas também apostou no 4-2-3-1 ao longo da temporada.

As dificuldades enfrentadas na Série A obrigavam o time carioca a se preocupar primeiramente com a marcação. Vale ressaltar, entretanto, que Abel Braga já fez trabalhos em que os times eram mais ofensivos.
A marcação era por zona.

Enquanto a diretoria alvinegra não fecha com um novo treinador, o auxiliar permanente Thiago Larghi comanda a equipe. Remanescente da comissão técnica de Oswaldo de Oliveira, ele já dirigiu o Atlético na derrota por 2 a 1 para a Caldense. O próximo jogo será neste domingo, às 17h (de Brasília), contra o América. A partida vale pela sétima do rodada do Campeonato Mineiro..