Para isso, a comissão técnica do Atlético prepara uma mudança sutil - mas importante - no posicionamento do meio-campista. Elias terminou a última temporada como o segundo volante no sistema 4-2-3-1, utilizado pelo técnico Oswaldo de Oliveira. Apesar de até conseguir aparecer no ataque hora ou outra, a frequência das investidas do volante era menor que o costume.
Em 2018, o Atlético tende a alternar sistemas táticos durante a partida. Ao menos foi isso o que deu a entender o próprio Elias durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, na Cidade do Galo. A tendência é que, no momento ofensivo, o volante avance para a segunda linha de meio-campistas. Dessa forma, o time passaria a atuar no 4-1-4-1.
“A gente vem corrigindo algumas coisas de posicionamento para que eu possa chegar mais no ataque, mas não esquecendo de recompor ao lado dele (Arouca), contando também com a ajuda do Cazares. A equipe vem se portando muito bem. É um sistema em que eu gosto de jogar, em que eu sempre joguei, com um volante fazendo a cobertura dos dois meias que vão ter. Na hora que tiver que virar volante, eu vou virar, como sempre fiz. Particularmente, para mim, é um sistema ideal, em que eu gosto de jogar”, analisou o jogador.
No momento defensivo, o volante volta para a função de volante mais marcador para auxiliar Arouca, homem mais recuado do meio de campo atleticano. Foi justamente no 4-1-4-1 de Tite que Elias viveu os tempos áureos da carreira. No início de 2017, Roger Machado até tentou implementar esse sistema, mas não obteve sucesso.
“Na minha carreira toda, sempre fui um jogador regular. Não vai ser aquilo que foi em que em oito jogos fiz seis gols. Mas não vai ser três, quatro meses com três gols. Sempre fui regular em todas as equipes e espero que eu volte a ser aqui no Atlético”, completou Elias.
Primeira amostra
Nessa quinta-feira, os reservas do Atlético foram a campo para enfrentar o Boa Esporte, em Varginha. O empate sem gols frustrou as expectativas do time. Apesar do resultado inesperado, a equipe - ainda que bastante modificada em relação ao que será visto no decorrer do ano - mostrou alguns dos conceitos esperados pela comissão técnica para os dois times. A alternância entre o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 foi um deles.
Desde o início do jogo, Valdívia recuava para auxiliar na saída de bola. Gustavo Blanco, por sua vez, era o ‘Elias’ do time reserva. Com isso, tinha mais liberdade para atacar. Os dois formaram, por vezes, a segunda linha de meias ao lado de Hyuri e Erik.
A primeira chance de os titulares colocarem em prática oficialmente o que tem sido trabalhado na Cidade do Galo será neste domingo, a partir das 17h (de Brasília). O Atlético encara o Democrata-GV, no Independência, pela segunda rodada do Campeonato Mineiro.
‘Menos é mais’
Outro tema debatido ao longo da entrevista coletiva foi uma foto publicada por Elias em uma rede social. Logo no primeiro dia da pré-temporada, o volante postou uma imagem ao lado de Fábio Santos, Róger Guedes, Yago e Pablo. A legenda chamou atenção: ‘Galo 2018: menos é mais”.
A frase chamou atenção dos torcedores, que relacionaram a postagem à saída de estrelas do elenco, como Fred, Robinho e Marcos Rocha. Questionado, Elias comentou o tema.
“Polêmica para vocês (risos). Vocês (jornalistas) é que gostam de causar polêmica. Foi uma brincadeira. Eu quis dizer é que muita gente fala que quando se perde grandes jogadores, se perde a identidade da equipe, que a equipe vai sofrer, vai brigar contra o rebaixamento, que não vai ganhar nada. Às vezes, isso deixa a gente chateado, porque aqui tem muitos jogadores que têm grandíssimo valor. Não são craques como o Robinho, o Fred ou o Rocha, vitoriosos. Mas são jogadores que estão querendo almejar um espaço no futebol nacional. Às vezes, tem que esperar um pouco, analisar os jogadores dentro de campo para poder ter uma opinião. Não digo só vocês (jornalistas), mas o torcedor também. Foi uma brincadeira. Todo mundo está falando que era por causa do Robinho, do Fred. Estão caindo do cavalo, porque, independentemente onde eles estejam, eles vão continuar sendo companheiros de profissão e vão ter o respeito meu e do grupo. Porque eles nunca faltaram com respeito, nem fizeram corpo mole quando estiveram aqui. Muito pelo contrário. Ajudaram muito. Mas é vida que segue. O Oswaldo disse que gostaria de contar com eles, os jogadores que estavam atuando aqui ano passado também gostariam. Só que eles foram. É (desejar) sorte. A gente segue nossa vida aqui ajudando os que chegaram a adaptar o mais rapidamente possível para que eles possam ser vitoriosos como eles são na carreira”, disse.
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