A tendência seria imaginar que os jogadores, tanto por ser fim de temporada quanto pelo peso da idade, estariam mais desgastados, certo? Errado, na leitura de Carlinhos Neves. Para confirmar sua tese, ele cita como parâmetro o clássico contra o Cruzeiro, que o alvinegro venceu por 3 a 1. “O Leonardo Silva e o Robinho correram mais de 10 quilômetros, muito mais que outros jogadores. Com base nesses números, monta-se um programa de treinamento para cada um deles, dosando quando necessário.”
Os trintões, de Leonardo Silva, Robinho e Fred, por exemplo, são submetidos a uma carga menos pesada de preparação. “Temos de treiná-los sem ultrapassar as medidas adequadas. Eles não suportam o que um atleta de 20 anos suporta”, pontua o especialista.
Ele diz que os resultados mensurados agora foram traçados ainda no começo do ano.
Pelo sistema de controle, os profissionais são monitorados tanto jogo a jogo como semanalmente. “Fazemos acompanhamento até dos treinos. Cada jogador tem anotado a quilometragem percorrida, a intensidade do treino. Além disso, fazemos avaliações subjetivas. Cada jogador responde a um questionário de cinco perguntas após cada treino. Queremos saber se ele está cansado, se sente dor, se teve algum problema de sono, se o esforço foi muito ou não. Queremos saber como está reagindo a cada esforço. Isso nos permite saber até o nível de estresse deles”, exemplifica.
No campo da subjetividade entra a avaliação pessoal de como o atleta sente sua musculatura. No acompanhamento diário, é feita uma pergunta simples e direta: “Como estão suas pernas? Pesadas? Leves.?”
RECUPERAÇÃO Não é exatamente o ritmo intenso no gramado o que dá dor de cabeça ao preparador físico. O que mais o preocupa é o intervalo curto entre uma e outra partida. “Sem jogar no meio de semana, a recuperação dos jogadores que trabalharam num jogo é tranquila. Mas isso tudo muda quando se tem uma viagem.