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Conselho Deliberativo do Atlético aprova projeto de estádio em votação histórica

Votação foi encerrada à noite e celebração teve fogos de artifício

João Vitor Marques Túlio Kaizer
Marquem esta data: o dia 18 de setembro de 2017 entra para a história do Clube Atlético Mineiro.
Votação do Conselho Deliberativo nesta segunda-feira decidiu pela aprovação do projeto do estádio próprio. A reunião na sede de Lourdes, bairro na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, se iniciou às 8h30. O posicionamento favorável, entretanto, foi confirmado às 14h37, quando o placar mostrava 260 a 9. O voto que sacramentou a aprovação foi dado pelo ex-presidente do clube e prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

Ao todo, 389 conselheiros tiveram direito a participar da votação. Eram necessários 260 votos ‘sim’ para a aprovação. Do lado de fora da sede do clube, torcedores alvinegros manifestaram seu apoio desde as primeiras horas da manhã. A votação foi concluída por volta das 20h45 com 325 votos a favor e apenas 12 contra.


O projeto para a construção da arena no bairro Califórnia, na Região Noroeste da capital, foi apresentado pela diretoria atleticana no começo da reunião.
Em seguida, ocorreu um debate em que os votantes se posicionaram favoravelmente ou negativamente.

O ponto mais polêmico da proposta da diretoria alvinegra dizia respeito à venda de 50,1% do Diamond Mall por R$ 250 milhões para viabilizar a construção do estádio. O shopping, localizado ao lado da sede, será a parcela de investimento feito pelo Atlético na obra orçada em R$ 410 milhões.

O restante do valor será pago por investidores (R$ 60 milhões pelos naming rights adquiridos pela MRV e R$ 100 milhões de cadeiras cativas - 60% dessa quantia já está garantida por negociação com o BMG). O terreno, avaliado em R$ 50 milhões, foi doado por Rubens Menin, dono da construtora.

Prefeito Alexandre Kalil comemorou aprovação com torcedores na porta da sede:



Vitória da situação

O prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil afastou as desconfianças e chegou à sede logo cedo. O chefe do Executivo municipal havia dito que não compareceria à votação, mas voltou atrás.

“O resumo de tudo é o seguinte: se shopping fosse bom, o Barcelona tinha cinco e o Real Madrid tinha cinco. Então shopping não é bom. Bom é estádio”, disse o ex-presidente do clube.

Ricardo Guimarães e Rubens Menin, principais apoiadores do projeto, também chegaram à sede pela manhã.

“É um dia muito importante para a história do Atlético. É um passo enorme para o Atlético se manter grande para sempre. Vai ser um diferencial do Atlético daqui para frente”, comemorou Guimarães.

Daniel Nepomuceno participou da reunião desde o começo. O presidente do Atlético, entretanto, avisou que só se pronunciaria ao final da votação. Os conselheiros contrários ao projeto não se posicionaram diante da imprensa.

Próximos passos

Com a aprovação do Conselho Deliberativo, a diretoria do Atlético encaminhará, por meio de Alexandre Kalil, um projeto de lei para apreciação da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Em seguida, será a vez de o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) deliberar sobre o projeto. O processo envolve votação de secretarias municipais e autarquias como BHTrans e Sudecap, que decidirão sobre o licenciamento ambiental do estádio.

Na última etapa de todo processo legal, a Secretaria de Regulação Urbana avaliará se o estádio receberá alvará de construção.
A partir daí, o clube poderá dar início às obras, que devem durar entre 28 e 30 meses.

Dessa forma, a perspectiva é que a arena do Atlético seja inaugurada no final de 2020 - com começo da construção previsto para março ou abril de 2018.

O estádio

O projeto propõe a construção de um estádio multiuso com capacidade para 41.800 torcedores nas arquibancadas divididas em 12 setores - dois deles destinados à antiga ‘geral’, a preços populares. Além dos jogos de futebol, a ideia é receber também outros eventos, como shows, festivais e feiras, a fim de viabilizar economicamente a obra.

A perspectiva é que o preço médio de ingressos seja de R$ 43,26. As médias de público esperadas são de 23 mil torcedores no primeiro ano e de 24 mil a partir da temporada seguinte.

Com isso, o clube pretende ter a arrecadação líquida de mais de R$ 27 milhões já no primeiro ano de exploração.

O estádio contará ainda com 36 camarotes (com 898 lugares), 46 bares, dois restaurantes e e 3.645 lugares VIP/lounge.

Será criado um site que atualizará, em tempo real, o andamento das obras do estádio. A ideia é dar mais “transparência” ao projeto.

Veja o momento em que Alexandre Kalil vota:



Veja como votou cada conselheiro:




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