“O resumo de tudo é o seguinte: se shopping fosse bom, o Barcelona tinha cinco e o Real Madrid tinha cinco. Então shopping não é bom. Bom é estádio”, disse o ex-presidente ao citar o ponto mais polêmico do projeto: a venda de 50,1% do Diamond Mall por R$ 250 milhões para possibilitar a construção da arena.
Alexandre Kalil aproveitou para reforçar a confiança na gestão atual do Atlético, comandada por Daniel Nepomuceno. O ex-presidente se mostrou seguro quanto à aprovação do projeto.
“Nós vamos autorizar uma comissão que nós vamos formar com todos os segmentos do Atlético para ver a melhor forma de fazer o estádio para o Atlético. Nós vamos, sim, aprovar a construção do estádio, mas não vamos enfiar o Atlético em uma aventura. Nós vamos cuidar para que o estádio do Atlético seja bem feito, feito com cuidado, com zelo, como ultimamente tem sido feito tudo aqui no Atlético”, disse.
O projeto
A proposta para a construção do estádio multiuso tem sido avaliada e preparada pela diretoria do Atlético desde a gestão de Alexandre Kalil, que terminou em 2014. O projeto ganhou forma quando o clube já era comandado por Daniel Nepomuceno.
O estádio, com capacidade para 41.800 torcedores, ficaria localizado no bairro Califórnia, Região Noroeste de BH. A obra está orçada em R$ 410 milhões. Para bancar a construção, o clube planeja receber R$ 60 milhões pela venda dos naming rights para a MRV e R$ 100 milhões com a negociação de cadeiras cativas (60% deste valor está garantido pelo BMG).
Os outros R$ 250 milhões se referem à venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Essa seria a contribuição do clube com a construção.
A venda de parte do shopping é o ponto mais polêmico do projeto. A oposição alega que os lucros com o shopping aumentariam a partir de 2026, quando o clube, por contrato, voltaria a ter direito a 100% da receita bruta do Diamond. Atualmente, a porcentagem anual destinada ao Atlético é de 15% - o que correspondeu a R$ 8,7 milhões em 2016. O restante fica com a Multiplan, empresa que administra o Diamond Mall.
O projeto do estádio, por outro lado, defende que o mercado de shopping centers tem caído anualmente em função do comércio online. Por isso, a venda seria positiva. Se a negociação for aprovada pelo Conselho Deliberativo do Atlético, o clube ainda ficaria com 49,9% do Diamond e teria o poder de veto garantido. Nos próximos quatro anos (período para a construção do estádio), a porcentagem da renda bruta destinada ao clube se manteria.