Na véspera da reunião mais importante da história dos 109 anos do Atlético, o ex-presidente do clube e atual prefeito de BH, Alexandre Kalil, que também já presidiu o conselho deliberativo alvinegro, fez uma convocação especial aos conselheiros para comparecerem à sede administrativa em Lourdes, nesta segunda-feira. Estará em votação a aprovação do projeto para construção do estádio do Galo.
A sessão no auditório Elias Kalil, na sede do clube, no Bairro de Lourdes, Centro-Sul de BH, será aberta às 8h30 desta segunda-feira, com encerramento previsto para as 21h, quando será divulgado o resultado da votação. Para que o projeto passe, é preciso apoio de 260 dos 390 conselheiros aptos a participar do pleito. O voto será aberto e nominal.
Saiba mais
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Kalil conclamou os conselheiros a comparecer à sede e deixar o voto. O chefe do Executivo da capital mineira reforçou apoio ao projeto do estádio, mas considera que a presença no pleito é uma obrigação de todos os conselheiros aptos a participar da votação. “É o momento decisivo, o Atlético vive uma nova era. Como eu declarei, sou plenamente a favor do estádio. Estamos subindo um degrau em uma longa escada até a construção do estádio”, afirmou.
Ele disse que mais importante que fazer campanha pró ou contra o projeto, é a presença dos conselheiros em um dia histórico para o clube. “A grande obrigação do conselheiro do Atlético é estar na sede para votar no dia 18. Conselheiro não é para mostrar carteirinha para amigo. É para representar 10 milhões de torcedores do Atlético espalhados pelo país. Como eles vão votar, isso não me interessa”, enfatizou.
“Eu tenho muito receio do quórum, pois o que vale é representar o torcedor. O malfeitor do Atlético não é o que vai votar em A ou B, e sim aquele que não vai aparecer na sede. Esse está fazendo um grande mal ao Atlético, pois está correndo da responsabilidade. Quem não for lá votar não merece ser conselheiro do Atlético, que é uma honra para poucos. A obrigação do conselheiro é ir lá e votar”, reiterou.
‘Estádio é o futuro’
Alexandre Kalil, que foi presidente do Atlético entre 2009 e 2014, considera que o estádio próprio é um caminho sem volta para o futuro. Ele disse que os europeus são modelos a ser seguidos. “Temos que copiar o que deu certo, e não inventar nada. A última coisa que inventaram no Brasil é que a Copa do Mundo ia salvar o futebol brasileiro. E deu no que deu. Entregaram os estádios para empreiteiras, quebraram o país e com a Olimpíada acabaram de quebrar. Nós temos que ter um estádio bacana, para 41 mil pessoas, não podemos fazer um estádio para 80 mil, como o Bayern. É só copiar o que deu certo no mundo”, recomendou.
Ao mesmo tempo, Kalil alerta para o que considera que não pode ocorrer com o estádio do Galo, se aprovado. Ele lembrou a dificuldade de alguns clubes brasileiros que têm estádios próprios construídos recentemente. “O Palmeiras fez o estádio dele, do jeito mais simples. O Grêmio entrou no embate jurídico, isso quase quebrou o clube. O Corinthians nem se fala, está atolado até o chifre. Isso não vai acontecer com o Atlético, porque tem gente que sabe como vai fazer”, argumentou.
O ponto mais polêmico do projeto é a venda ao grupo Multiplan de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado ao lado da sede do clube. O valor, de R$ 250 milhões, seria revertido pelo clube para a construção do estádio. Kalil considera que ter uma ‘casa própria’ seria muito mais importante para o futuro do Atlético. ‘Se quiser discutir se o estádio é bom ou ruim, posso te responder de uma forma simples. Se shopping fosse bom, Barcelona tinha, Real Madrid tinha, Arsenal tinha. Se eles têm estádio, então é porque estádio é melhor que shopping”, comentou.