Faltam poucos dias para que os conselheiros do Atlético decidam pela aprovação ou não do projeto do estádio do clube. À medida que o tempo passa, mais ansiosos ficam os torcedores. Enquetes mostram que a maior parte deles é à favor da arena. E cada mudança de opinião é comemorada nas redes sociais. Ex-presidente do Galo, Afonso Paulino tinha o ‘não’ como posição, mas, após conversa com o também ex-presidente Ricardo Guimarães, ele afirmou que votará ‘sim’ no dia 18 de setembro.
A posição inicial do ex-presidente, que geriu o clube entre os anos de 1989 e 1994, era negativa. De acordo com Afonso Paulino, ele tinha desconhecimento sobre o projeto e não queria ver o clube perder o Diamond Mall.
“Entendemos que o Diamond era o segundo maior patrimônio do Atlético, atrás apenas da sua torcida. As coisas não estavam bem encaminhadas.
A chance de entender melhor todas as arestas do projeto apareceu em uma conversa com Ricardo Guimarães, que comandou o Galo entre 2001 e 2006. Dono do BMG, que já garantiu ao Atlético R$ 60 milhões em compras de cadeiras cativas, ele explicou a Paulino o que gerava dúvidas e ainda pediu sugestões para que tudo fosse bem claro para todos os conselheiros.
“O Ricardo Guimarães nos recebeu de braços abertos. É uma posição de um administrador que conhece o ramo dos negócios. Ele fez um caderno, nos pediu para fazer mudanças e fez um segundo, com correções. Ele abriu as portas para debatermos. Corrigimos algumas coisas, como a concorrência da licitação, sem a participação da MRV. Transparência é fundamental.
Após considerar o projeto ‘transparente', Afonso Paulino afirmou que agora é mais um na corrente para que o ‘sim’ vença e o processo para a construção do estádio tenha sequência. “A partir do momento que as coisas foram explicadas, todos agora trabalham para o sim. Quando há pessoas bem intencionadas, o processo caminha”, concluiu.
O projeto
O projeto apresentado pela diretoria alvinegra orça a obra em R$ 410 milhões. O valor seria conseguido por meio da venda dos naming rights (que seriam adquiridos por R$ 60 milhões pela MRV) e de cadeiras cativas (60% do R$ 100 milhões previstos já estão garantidos pelo BMG).
Os outros R$ 250 milhões se referem à venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Essa seria a contribuição do clube com a construção.
A venda de parte do shopping é o ponto mais polêmico do projeto. A oposição alega que os lucros com o shopping aumentariam a partir de 2026, quando o clube, por contrato, voltaria a ter direito a 100% da receita bruta do Diamond. Atualmente, a porcentagem anual destinada ao Atlético é de 15% - o que correspondeu a R$ 8,7 milhões em 2016. O restante fica com a Multiplan, empresa que administra o Diamond Mall.
O projeto do estádio, por outro lado, defende que o mercado de shopping centers tem caído anualmente em função do comércio online. Por isso, a venda seria positiva. Se a negociação for aprovada pelo Conselho Deliberativo do Atlético, o clube ainda ficaria com 49,9% do Diamond e teria o poder de veto garantido. Nos próximos quatro anos (período para a construção do estádio), a porcentagem da renda bruta destinada ao clube se manteria.
Leia, abaixo, o projeto apresentado pela diretoria do Atlético:
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