Superesportes

ATLÉTICO

Correligionário de Kalil, conselheiro do Atlético cita europeus e critica estádios de Minas para defender construção da arena

Vereador Gabriel Azevedo (PHS) enumerou motivos que justificaram voto positivo em pleito que definirá andamento de projeto do estádio

João Vitor Marques
Projeto apresentado pela diretoria aos conselheiros prevê que estádio ficará pronto em 2020 - Foto: Reprodução
Os bastidores do Atlético seguem agitados às vésperas do pleito que definirá pela aprovação ou não do projeto de construção de um estádio próprio. Desta vez, o vereador de Belo Horizonte Gabriel Azevedo (PHS, mesmo partido do prefeito e ex presidente alvinegro Alexandre Kalil) divulgou uma lista de 14 argumentos (clique aqui para ler) que o motivaram a votar positivamente na próxima segunda-feira, dia 18 de setembro.

Durante o texto, o conselheiro eleito do clube questionou a viabilidade financeira do uso do Mineirão e do Independência pelo Atlético.

“A Arena Independência tem capacidade reduzida (23 mil torcedores), não pertence ao Galo, que paga, caro, para jogar lá”, diz Azevedo, que também comentou a situação do Mineirão. “Por não se tratar de um estádio próprio, os times não lucram com as demais fontes de arrecadação do Mineirão, como venda de alimentos e bebidas, estacionamento etc. Todo o faturamento vai para a Minas Arena, concessionária do estádio”, completa.

Referências

Em seguida, o conselheiro citou gigantes europeus como Real Madrid, Barcelona, Juventus e PSG para defender a posse de um estádio próprio. Times brasileiros também foram lembrados por Gabriel Azevedo.

“Real Madrid, Barcelona, Juventus, PSG, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e tantos outros são 100% donos de seus estádios e faturam com venda de ingressos para os jogos, lojas de artigos esportivos, restaurantes temáticos, estacionamento, arrendamento do espaço para outros eventos”, diz o conselheiro.

“Se nada for feito para que o Galo aumente de forma agressiva o seu faturamento, a distância para Corinthians, Palmeiras, Flamengo e outros clubes do eixo Rio-São Paulo será cada vez maior”, continua Azevedo em um dos tópicos em que compara a arrecadação do Atlético com a da dupla paulista em 2016.

Investimento próprio

Estádio com capacidade para mais de 40 mil torcedores ficaria localizado na Região Noroeste de BH - Foto: ReproduçãoNo primeiro dos 14 tópicos listados, o conselheiro destaca que a intenção do Atlético é construir o estádio sem auxílio do dinheiro público. O projeto apresentado pela diretoria alvinegra orça a obra em R$ 410 milhões. O valor seria conseguido por meio da venda dos naming rights (que seriam adquiridos por R$ 60 milhões pela MRV) e de cadeiras cativas (60% do R$ 100 milhões previstos já estão garantidos pelo BMG).

Os outros R$ 250 milhões se referem à venda de 50,1% do Diamond Mall, shopping localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte - negociação defendida por Azevedo.

Este, inclusive, é o ponto mais polêmico do projeto. A oposição alega que os lucros com o shopping aumentariam a partir de 2026, quando o clube, por contrato, voltaria a ter direito a 100% da receita bruta do Diamond.
Atualmente, a porcentagem anual destinada ao Atlético é de 15% - o que correspondeu a R$ 8,7 milhões em 2016. O restante fica com a Multiplan, empresa que administra o Diamond Mall.

O projeto do estádio, por outro lado, defende que o mercado de shopping centers tem caído anualmente em função do comércio online. Por isso, a venda seria positiva. Se a negociação for aprovada pelo Conselho Deliberativo do Atlético, o clube ainda ficaria com 49,9% do Diamond e teria o poder de veto garantido. Nos próximos quatro anos (período para a construção do estádio), a porcentagem da renda bruta destinada ao clube se manteria.

Bastidores

De um lado, a situação faz campanha pela aprovação do projeto do novo estádio. Do outro, a oposição questiona a venda de parte do Diamond Mall. Recentemente, inclusive, o conselheiro Edison Simão tentou barrar a realização da votação que decidirá pelo andamento ou não do projeto.

Segundo ele, a pauta da reunião divulgada pela situação não atende aos requisitos estatutários do clube. Edison Simão, entretanto, teve a primeira derrota na Justiça de Minas Gerais. Para dar seguimento ao processo, o conselheiro precisaria desembolsar pelo menos R$ 15 milhões (valor que corresponde a 2% dos R$ 250 milhões destinados à venda de parte do shopping). Além disso, teria de pagar os custos do processo em caso de derrota.

Entenda a votação

Na próxima segunda-feira, dia 18 de setembro, o Conselho Deliberativo do Atlético se reunirá para debater o projeto de construção do novo estádio proposto pela diretoria. Para que a proposta seja aprovada, dois terços do total de conselheiros (260 de 390 aptos a participar do pleito) devem votar “sim”. 

Leia, abaixo, o projeto apresentado pela diretoria do Atlético:
.