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Opositor tenta barrar votação que pode dar aval à construção da arena do Atlético, mas sofre primeira derrota na Justiça

Edison Simão alega irregularidades no pleito convocado pelo clube

Túlio Kaizer João Vitor Marques
Construção de estádio do Atlético depende de votação sobre venda de parte do Shopping Diamond - Foto: ReproduçãoO dia 18 de setembro pode ficar na história do Atlético. A data está reservada para a votação do Conselho Deliberativo, que decidirá sobre a venda de 50,1% do Diamond Mall por R$ 250 milhões. O negócio daria aval à construção do estádio próprio do clube, na região Noroeste de Bolo Horizonte. Contrário à alienação do imóvel, o conselheiro e ex-vice-presidente alvinegro Edison Simão entrou na Justiça para tentar barrar o pleito, mas foi derrotado na primeira batalha judicial.
“A suspensão da realização da reunião extraordinária do conselho deliberativo do suplicado designada para o dia 18 de setembro de 2017, pela evidente ilegalidade do edital de convocação da mesma”, defende Edison no processo que corre na Justiça de Minas Gerais.

O advogado de 68 anos classifica como “ilegal e injurídica” a convocação da votação. Os dois principais motivos listados por Edison Simão são sobre o tempo de duração da reunião do Conselho e sobre as especificidades da pauta divulgada pela situação.

O conselheiro defende que, de acordo com o estatuto do clube, o tempo máximo de duração de uma reunião é de três horas. A previsão da diretoria do Atlético é que a votação se inicie às 8h30 e seja estendida até as 21h.

A outra reclamação de Edison é que a diretoria do Atlético não formalizou a reunião conforme manda o estatuto e não sinalizou precisamente a pauta a ser discutida. “O Edital de Convocação mencionará, com clareza, data, horário e o lugar onde se realizará a reunião e indicará, com precisão, a pauta”, cita o processo.

“Esse assunto vem sendo discutido apenas pela imprensa. Nunca foi discutido no Conselho do Atlético. O debate tem que ser feito no Conselho. Como não foi feito, não vou comentar”, disse Edison em entrevista ao Superesportes. “A torcida saberá quando for a hora”, completou.

Vitória da situação


A diretoria alvinegra já conseguiu a primeira vitória no processo. Edison Simão, entretanto, pode recorrer da decisão judicial. Para isso, precisa desembolsar, no prazo de duas semanas, R$ 15 milhões (valor que corresponde a 2% dos R$ 250 milhões destinados à venda de parte do shopping). Além disso, o conselheiro teria de pagar os custos do processo em caso de derrota.

A princípio, a votação está mantida para o dia 18 de setembro. Para que o projeto de venda de parte do shopping seja aprovado, 267 conselheiros (número que corresponde à dois terços do total) devem votar positivamente.

O ex-diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido, usou o Twitter para defender a legalidade da votação.

“Ter opinião contra ou a favor é direito do conselheiro ou torcedor. Querer ganhar no ‘tapetão’ é tripudiar do atleticano. Bizarro dizer que o edital não tem objetivo específico. Pergunte para o torcedor atleticano que ele informa. Estranho alguém pretender impedir que o conselheiro tenha um dia para depositar o seu voto. Em sucessivas eleições já realizadas no clube, com direito de voto ao longo do dia e finalizando à noite, jamais houve contestação. Qual o receio do conselheiro ter direito de votar? Dia 18 de setembro vou votar ‘sim’. E quero fazê-lo nos primeiros minutos da reunião”, disse Lásaro, que segue prestando serviços ao clube.