Em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, afirmou que o clube já tem os parceiros necessários para a construção do próprio estádio. Com a obra da arena avaliada em R$ 400 milhões, o dirigente garantiu que o Galo não entrará com recursos financeiros para o empreendimento. O valor será bancado exclusivamente por empresas parceiras, como MRV e Banco BMG. A proposta será enviada ao conselho do Atlético para a aprovação nos próximos dias.
“Depois de muito empenho e quase três anos de trabalho, vamos conseguir colocar para o conselho do Atlético este mês tudo o que nós trabalhamos para ter a nossa arena sem o clube ter que colocar nenhum centavo. Conseguimos que essa conta financeira fugisse dos exemplos que temos no nosso país. E essa conta fecha. A ideia é realmente colocar para o conselho para avaliar e aprovar. O Atlético é um dos últimos clubes brasileiros que ainda não tem o estádio próprio. Enfrentamos dificuldades de arrecadação e ampliação do programa de sócio, mas chegou a hora de colocar isso para os conselheiros. Ainda não conversei com o presidente do conselho, Rodolfo Groppen, mas vou chamá-lo nesta semana para conseguir esse calendário e mostrar os números de como será o primeiro passo para a nossa casa”, afirmou Nepomuceno.
O estádio do Atlético será erguido em uma área de 100 mil metros quadrados, no Bairro Califórnia, na região Noroeste de Belo Horizonte. O terreno é cedido pela MRV. Inspirada em modelos europeus e norte-americanos, a arena terá capacidade para cerca de 40 mil pessoas. De acordo com Nepomuceno, a gestão será totalmente do Atlético.
Segundo o presidente, a Multiplan, administradora que já tem acordo com o Atlético para explorar o Diamond Mall, também está no projeto. O clube usaria o próprio patrimônio para assegurar o custo do empreendimento. A obra duraria cerca de quatro anos, e a referência para o projeto é a Arena do Palmeiras.
“Esse fundo que foi criado terá a participação da Multiplan, que tem experiência na administração de estacionamentos e condomínios. Assim, a gente consegue garantir ao conselheiro que o clube não vai perder nenhum ativo e nenhum centavo nos próximos 30 anos. Quem vai pagar? Quanto que o clube vai lucrar? O Atlético tem muito patrimônio e muita garantia. Fazer um estádio e ir num banco para vender as cadeiras, é fácil. Fazer um estádio sem colocar nenhum centavo do futebol e manter os ativos. Não vamos colocar nenhum tijolo sem que o dinheiro esteja depositado nesse fundo de investimento. O Palmeiras é um bom exemplo”, declarou o mandatário.
O atleticano Bernardo Farkasvölgyi, diretor do escritório da Farkasvölgyi Arquitetura, foi o responsável pelo projeto técnico da obra do estádio. O terreno reservado para a arena segue os padrões Fifa e terá estacionamento com capacidade para 4.500 veículos. O projeto prevê ainda a adoção de naming rights e a construção de um museu do Galo.