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Atlético adia escolha de estádio, rejeita Mineirão 50 a 50 e diz que não tem que explicar recusa

Lásaro Cândido da Cunha afirmou que tentativa do Cruzeiro de realizar finais com Mineirão com torcida dividida igualmente não interessa ao clube alvinegro

postado em 25/04/2017 17:41 / atualizado em 25/04/2017 18:14

João Vítor Marques/Superesportes
Nos dois últimos minutos de entrevista, Lásaro Cândido da Cunha citou a palavra “regulamento” 17 vezes. O diretor jurídico do Atlético usou o termo para defender a posição do clube de definir onde mandará o jogo de volta da final do Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro apenas na próxima semana. A tendência, entretanto, é que o Independência - com torcida única - seja o local escolhido.

“É importante esclarecer o seguinte: estamos respeitando todos os regulamentos. O Atlético tem o direito de exercer essa opção até segunda-feira. O Atlético tem duas opções: Independência e o Mineirão. Qual a tendência? O Independência é o número 1, porque o Atlético joga mais lá”, disse momentos depois da reunião do jogo de ida na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF).

O artigo 86 do Regulamento Geral das Competições, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), determina que o clube visitante tem direito, caso solicitado até três dias antes da partida, a 10% da carga de ingressos disponibilizada.

O parágrafo primeiro, entretanto, especifica que relatórios de órgãos de segurança - como a PM - podem rever essa situação. Dessa forma, a realização do jogo com torcida única é embasada juridicamente - apesar de contestada. O Regulamento Específico do Campeonato Mineiro não trata do tema.

Reprodução


Veto da PM

A polêmica se iniciou após a Polícia Militar determinar que só liberaria o Independência para o clássico se apenas a torcida do time mandante - no caso o Atlético - comprasse ingressos. No jogo de ida, o clube alvinegro terá direito a 10% dos bilhetes colocados à venda.

O Cruzeiro, então, sugeriu que as duas partidas fossem disputadas no Mineirão, com 50% de cruzeirenses e 50% de atleticanos. A proposta foi negada pelo clube alvinegro.

“A equipe adversária veio preparada para dizer que a reunião era para decidir apenas a primeira partida. Em nenhum momento deu abertura para o acordo, apesar das nossas tentativas. O Cruzeiro vai cumprir aquilo que consta em regulamento”, disse Klauss Câmara, diretor de futebol do clube celeste.

Questionado sobre o motivo de ter negado a proposta, Lásaro da Cunha voltou a citar o regulamento.

“Sugerir, qualquer um pode sugerir qualquer coisa. O Atlético está cumprindo os regulamentos, os regulamentos são assim... Quem tem interesse, faz uma proposta, o outro lado examina. E quando ele cumpre o regulamento, é simplesmente cumprir o regulamento. Só isso”, disse.

O dirigente prosseguiu: “Cumprir o regulamento, cumprir o regulamento. O clube não tem que dar explicação. Se o clube cumpre o regulamento, só usa o regulamento”, disse.

Outras polêmicas

Nos últimos anos, Atlético e Cruzeiro têm travado seguidas batalhas sobre mandos de campo, divisão de ingressos e até mesmo a entrada de bandeiras e mascotes rivais nos clássicos. Lásaro da Cunha também comentou a situação.

“Eu acho o seguinte: quando há regulamento, se as partes deliberam tratar questões fora do regulamento, tem que haver um comum acordo. Se não tem, cumpre o regulamento. Se o regulamento não está bom, ano que vem modifica o regulamento”, disse.

O jogo

Cruzeiro e Atlético se enfrentarão duas vezes nos próximos finais de semana. Neste domingo, às 16h, o Mineirão será palco do jogo de ida da decisão estadual. No próximo (7), ainda não há decisão sobre o local da partida.

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