A Lagardère Unlimited (Luarenas), consórcio que administra o Independência, tem em mãos dois projetos de ampliação do estádio. A intenção, segundo o diretor-executivo Bruno Balsimelli, é elevar a capacidade da arena para 30 mil pessoas.
Balsimelli explicou que a primeira ação para ampliar o estádio não será na área dos vestiários. E sim no setor Especial Minas.
“A carreta não é para modular atrás do gol do vestiário. É para a arquibancada onde está escrito Brahma. Nós estamos fazendo uma divisão dos três mil lugares. Mas isso eu não vou colocar agora, vou colocar depois, porque não tenho pressa”, revela Bruno Balsimelli, em entrevista ao Superesportes.
“Vou colocar umas placas metálicas para proteger aquele 'vai e vem' e dividir os degraus, que vão caber mais pessoas. Os degraus têm uma altura muito grande, vamos dividir pela metade e ter dois andares de cada vez. Vamos aumentar a capacidade. Mas isso apenas nos 13 primeiros degraus", explicou.
Etapas da ampliação e tentativa de levar Cruzeiro ao Horto
Com essa intervenção, o setor Especial Minas passaria de 3.772 lugares para 6 mil assentos. Assim, a capacidade total do estádio saltaria de 23 mil para 25,3 mil. Mas a intenção da Luarenas é ir além. A gestora deseja chegar a 30 mil lugares.
Para isso, um outro projeto vem sendo avaliado, com documentos já encaminhados aos órgãos competentes. “Temos que esperar o estudo ser aprovado para completar 30 mil com a obra dos vestiários. Aí vai ficar uma arena maravilhosa. O América vai ganhar, o Atlético vai ganhar. Quem sabe o Cruzeiro vem também”, diz Balsimelli. “Estou trabalhando para aprovar nos Bombeiros a documentação da planta. Já foi passada para os Bombeiros e todos os órgãos competentes. Aprovando isso, eu monto como é na Arena Corinthians. Em cinco dias a gente monta toda a arquibancada móvel.”
Mesmo sem a autorização para iniciar as obras, a Luarenas já adquiriu os equipamentos. A explicação é que a empresa administra outros estádios no Brasil e poderá usar o material onde houver demanda.
“As carretas que vão levar a parte da arquibancada dos vestiários vêm de São Paulo. Já dei um sinal para eles. Isso tem que ser comprado, é uma encomenda. Já comprei as peças. Esse equipamento eu posso usar em qualquer estádio, fora das arenas, montar outras estruturas. Posso fazer onde quiser, porque é um equipamento modular, montado. Já comprei esse material. Se vou usar ou não no Independência, é outro problema. Tenho interesse de usar no Independência. A compra já foi feita, já dei o sinal para a empresa que produz", disse o executivo.
O custo para elevar a capacidade a 30 mil pessoas é de R$ 8,8 milhões, segundo Bruno Balsimelli.
Autorização do América
O América, proprietário do Independência, já foi consultado pela gestora. “O América nos respondeu muito bem com o Paulo Assis (superintendente do América), entre outras pessoas competentes. O América apoiou a ideia, não tem nada para obstruir, se é para a gente crescer o estádio e dar um valor agregado. Hoje, o estádio com 23 mil pessoas tem dificuldades em atender algumas torcidas. Todos os jogos estão lotados. Os jogos são transferidos para outras arenas por causa de maior capacidade. O América concordou, não houve nenhuma objeção. Pelo contrário, falou que até moldes podemos construir. Voltei ontem (quarta-feira) ao América com o Paulo Assis, reuni por mais de uma hora e meia. Expliquei todo o projeto, porque meu intuito é potencializar isso já para os próximos jogos.”
Questionado seas intervenções poderão ser feitas até a partida do Atlético contra o Sport Boys, pela Copa Libertadores, dia 13 de abril, Balsimelli diz: “Não sei se vai ser possível para o jogo do Atlético na Libertadores. Talvez. Tudo depende da demanda, se o projeto for aprovado, se dá para construir. Tenho certeza que vamos conseguir, mas não sei o prazo.”
Segundo Paulo Assis, superintendente geral do América, citado por Balsimelli, o clube não se posicionará neste momento sobre a ampliação do estádio. Já o Atlético, por meio de sua assessoria, não quis comentar as pretensões da Luarenas.
Após Bruno Balsimelli conversar com a reportagem, a Luarenas divulgou nota sobre o projeto (ler abaixo).
ÍNTEGRA DA ENTREVISTA COM BRUNO BALSIMELLI
Ampliação no setor Especial Minas (cadeiras Brahma, atrás do gol)
A carreta não é para modular atrás do gol dos vestiários. É para a arquibancada onde está escrito Brahma. Nós estamos fazendo uma divisão dos 3 mil lugares daquele setor e a empresa contratada fez peças para mim. Mas isso eu não vou colocar agora, vou colocar depois, porque não tenho pressa.
A ideia é aumentar a capacidade total, no futuro, para 30 mil. Por enquanto, está em estudo (colocar arquibancadas móveis na parte dos vestiários). Por enquanto, encomendei peças para onde está escrito Brahma (setor Minas) até o 13º degrau. Lá, vamos fazer uma arquibancada como tem na Arena do Grêmio. Tem um volume (módulo) que vai para cima e outro para baixo. O meu projeto é de ampliação, e o equipamento (a ser instalado) é móvel, podendo ser retirado e colocado.
As carretas que chegaram têm peças para poder aumentar a capacidade atrás do gol (setor Minas, onde tem publicidade da Brahma). Vou colocar umas placas metálicas para proteger aquele ‘vai e vem’ e dividir os degraus, que vão comportar mais pessoas. Os degraus atuais daquele setor têm uma altura muito grande. Por isso, vamos dividir pela metade e ter dois andares de cada vez. Vamos aumentar a capacidade. Mas isso apenas nos 13 primeiros degraus daquele setor.
Já está aprovado. De 3.772 lugares hoje, aquele setor vai passar para 6 mil com essa primeira intervenção.
Segundo momento: instalação de arquibancadas móveis acima do vestiário
Para a arquibancada de trás, estou trabalhando para aprovar no Corpo de Bombeiros a documentação da planta. Já foi passada para os Bombeiros e todos os órgãos competentes. Aprovando isso, eu monto como é na Arena Corinthians. Em cinco dias a gente monta toda a arquibancada móvel (acima dos vestiários).
As carretas que vão levar para o estádio a parte da arquibancada dos vestiários vem de São Paulo. Já dei um sinal para eles. Isso tem que ser comprado, é uma encomenda. Já comprei as peças. Esse equipamento eu posso usar em qualquer estádio, fora das arenas, montar outras estruturas. Posso fazer onde quiser, porque é um equipamento modular, montado. Já comprei esse material. Se vou usar ou não no Independência, é outro problema. Tenho interesse de usar no Independência. A compra já foi feita, já dei o sinal para a empresa que produz.
É uma arquibancada com cadeiras, é nível de Copa do Mundo. É uma arena maravilhosa que tenho, não pense que sou favelado.
Prazo para ampliações (primeira e segunda etapas)
Não sei se vai ser possível para o jogo do Atlético na Copa Libertadores. Talvez. Tudo depende da demanda, se o projeto for aprovado, se dá para construir. Tenho certeza que vamos conseguir, mas não sei o prazo.
Estou com uma planta nos Bombeiros para que, com os órgãos competentes, inclusive a segurança pública, deem apoio e aprovem o projeto.
Temos que esperar o estudo ser aprovado para completar 30 mil com a obra dos vestiários. Aí vai ficar uma arena maravilhosa. O América vai ganhar, o Atlético vai ganhar. Quem sabe o Cruzeiro vem também.
Valor estimado de toda a ampliação (atrás dos dois gols)
Em torno de R$ 8,8 milhões.
Aprovação do América, proprietário do Independência
Existe um estudo que estamos viabilizando e um processo em andamento, com um pedido de autorização ao América. O América nos respondeu muito bem com o Paulo Assis, entre outras pessoas competentes. O América apoiou a ideia, não tem nada para obstruir, se é para a gente crescer o estádio e dar um valor agregado. Hoje, o estádio com 23 mil pessoas tem dificuldades em atender algumas torcidas. Todos os jogos estão lotados. Os jogos são transferidos para outras arenas por causa de maior capacidade. O América concordou, não houve nenhuma objeção. Pelo contrário, falou que até moldes podemos construir.
Voltei ao América com o Paulo Assis, reuni por mais de uma hora e meia. Expliquei todo o projeto, porque meu intuito é potencializar isso já para os próximos jogos.
O América foi comunicado, pedimos autorização ao clube, que não colocou nenhum empecilho sobre isso. O América abraçou a ideia e está ajudando a gente. Foi uma conversa oficial, tinham dois presidentes representando o clube.
NOTA ENVIADA À IMPRENSA PELA LUARENAS
NOTA SOBRE A AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE DE PÚBLICO DA ARENA INDEPENDÊNCIA
Uma reunião realizada na sede administrativa do América, na última terça-feira (28), entre o presidente da Luarenas, Bruno Balsimelli, e o presidente do América, Marco Antônio Batista, deu início a um processo de autorização de ampliação da capacidade da Arena Independência para 30 mil lugares.
Há cinco anos trabalhando na gestão do Independência, a Luarenas acusa um prejuízo e procura, junto ao GCAI (grupo gestor do Estádio), uma solução estrutural e financeira mais equilibrada para o fechamento das contas.
Após acordo com a presidência do América, que não se opôs à proposta, o segundo passo será apresentar um plano de ação ao GCAI e às autoridades de segurança, para darmos início à instalação de uma arquibancada móvel sobre os vestiários da Arena. A estrutura é de montagem e desmontagem prática e móvel. Já foi utilizada na Copa do Mundo e nos eventos de vôlei de praia disputados em Copacabana. Todo investimento é da Luarenas, que possui outras demandas para a estrutura adquirida e, caso não consiga implantá-la em Belo Horizonte, pode utilizá-la em outras Arenas por ela administradas. A agenda e planejamento de datas dependem da aprovação do plano pelo GCAI, e ainda não foram acordados com os fornecedores.
No caso da aprovação e instalação, vamos oferecer ao Atlético uma ferramenta maior, com capacidade de 30 mil torcedores para receber todos os jogos do clube, exceto a final da Copa Libertadores, ratificando sua identidade com o Horto.
Também estiveram presentes o superintendente do América, Paulo Assis, Dra. Caroline Santa, gerente jurídica, e Dr. José Ulisses Silva Vaz de Melo, advogados do América, o administrador da Arena Independência, Helber Gurgel, e o assessor jurídico, Sérgio Resende. Outras pautas foram abordadas, mas não serão divulgadas no momento por não condizerem com o assunto.