“O Clube Atlético Mineiro encaminhou, nesta terça-feira, ofício à Federação Mineira de Futebol solicitando o afastamento do sr. Ricardo Marques Ribeiro do quadro de arbitragens”, comunicou o clube alvinegro.
Questionado sobre o motivo desse pedido de afastamento, o diretor de comunicação do clube, Domenico Bhering, respondeu: “Histórico e principalmente o jogo de ontem (segunda-feira)”.
O diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido, explicou com detalhes o questionamento ao árbitro. “O histórico do senhor Ricardo Marques Ribeiro foi rememorado ontem (segunda-feira). Ele tem um histórico de jogos que envolve o Cruzeiro. Ontem (segunda), ele cometeu erros clássicos, especialmente na marcação de um pênalti absolutamente inexistente, fora outros erros. Em face a essa atuação, nós requeremos o afastamento dele do Campeonato Mineiro. A comissão, sei lá, vai passar para ele um aperfeiçoamento, uma reciclagem, o que for. Mas ele não tem condição de apitar neste momento, especialmente jogos que envolvem o Cruzeiro”, disse Cândido, em contato com o Superesportes.
Ricardo Marques, de fato, teve atuação contestada na partida dessa segunda-feira. Ele marcou um pênalti duvidoso a favor do Cruzeiro. Aos 45 minutos do primeiro tempo, o árbitro assinalou penalidade do lateral-esquerdo Rogério em Ábila e causou revolta nos jogadores do Uberlândia. Eles argumentaram que o argentino teria se jogado depois de um choque na grande área. Sobis cobrou e empatou o jogo por 1 a 1. A partida terminou em 2 a 2.
Segundo a diretoria de comunicação do Cruzeiro, o clube não se manifestará sobre o pedido de veto feito pelo Atlético ao árbitro Ricardo Marques Ribeiro.
Histórico de conflitos com o Atlético
Ricardo Marques tem um histórico de conflitos com dirigentes atleticanos. Em 2008, o então presidente do clube, Ziza Valadares, criticou duramente o árbitro e solicitou a exclusão dele de jogos do Galo. Na ocasião, Marques arbitrou uma partida entre Galo e Villa Nova, na qual, segundo os atleticanos, distribuiu vários cartões amarelos, além de expulsar o lateral-esquerdo Agustín Viana.
Em 2009, o então presidente do Atlético e hoje prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, pediu a retirada do árbitro de torneios “dos quais participem o Clube Atlético Mineiro e/ou o Cruzeiro Esporte Clube” em carta enviada à CBF.
A justificativa era a de que Ricardo Marques era funcionário de um conselheiro do Cruzeiro, o juiz Wanderley Salgado de Paiva. A CBF não atendeu ao pedido de Kalil, que continuou criticando o árbitro, até que, em 2010, conseguiu o afastamento dele de jogos do Galo.
Ricardo Marques ficou seis anos sem apitar jogos do Atlético. Ele voltou a mediar partidas do clube alvinegro em duelo contra o Tombense, pela sexta rodada do Campeonato Mineiro de 2016.