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Galo tem Labareda como garantia para discutir na Justiça valores do "caso Victor"

Juiz determinou bloqueio de R$ 10 milhões por causa de dívida com Grêmio

postado em 15/02/2017 15:19 / atualizado em 15/02/2017 15:31

Bruno Cantini/ Atlético

O Atlético ofereceu o Labareda, um dos clubes de lazer da agremiação, como garantia para discutir na Justiça os valores envolvidos na ação movida pelo Grêmio, e, deste modo, não precisar depositar judicialmente nenhuma quantia em dinheiro.

“É uma prática comum. Você oferece um bem como garantia. Chegou ao final de tudo, se não pagar, (o bem oferecido como garantia) vai a leilão. Para não ter que depositar em dinheiro, você oferece um bem para quando você quer travar uma discussão. Naquele período, o bem fica indisponível (para venda)”, explica o diretor jurídico do Galo, Lásaro Cândido da Cunha. O Labareda está avaliado entre R$ 42 e 45 milhões.

Na segunda-feira passada, o Grêmio conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 10.508.626,19 referentes à venda do atacante Lucas Pratto, do Atlético para o São Paulo. O Galo negociou 50% dos direitos econômicos do atacante argentino por 6,2 milhões de euros (cerca de R$ 20,6 milhões). O Galo vai recorrer alegando que sua garantia - o clube Labareda - tem valor bem superior ao montante devido.

A ação proposta pelo Grêmio visa receber o equivalente ao débito do Galo em relação à compra de Victor em junho de 2012. O Atlético adquiriu o goleiro por 3 milhões de euros (cerca de R$ 7,6 milhões à época) e ainda repassou ao Grêmio 50% dos direitos econômicos do zagueiro Werley. Uma parcela de 1,5 milhão de euros não foi paga.

O Galo alega que o Grêmio também lhe deve, por conta dos empréstimos de Werley ao Santos e ao Figueirense. O zagueiro tinha 50% dos direitos vinculados ao Atlético em 2015 e 2016.

“No negócio, foi envolvido o Werley. Nos termos, o Grêmio ficava com 50% dos direitos do Werley, e se fosse envolvido em algum negócio, o Atlético teria um percentual ou teria que ser indenizado. Ele foi envolvido em um negócio, e o Atlético não recebeu uma parcela. Assim, o Atlético tem que ser indenizado”, diz Lásaro da Cunha.

“O Atlético tem crédito, e o Grêmio também. O Grêmio tem o parâmetro, que é a última parcela do Victor (1,5 milhão de euros). O nosso parâmetro não está arbitrado. Tem que ser arbitrado. A Justiça, por hora, bloqueou. Agora as partes estão elaborando suas teses”, acrescenta.

O Grêmio se defende dizendo que cedeu Werley de graça ao clubes. O Atlético, mesmo detentor de 50% dos direitos, não teria sido consultado pelos empréstimos. “Nas conversas que mantivemos com a direção do Grêmio, tem que abater o valor. Eles não querem abater”, insiste o diretor jurídico do Alvinegro.

CBF

A diretoria do Grêmio ameaça também uma ação administrativa na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo a proibição de compras de atletas por parte do Galo por até dois anos. O Grêmio se baseia no Regulamento Nacional de Registros e Transferência de Atletas de Futebol. Para Lásaro Cândido da Cunha, o caso ainda está sendo discutido na Justiça. Por isso, a decisão gremista de ir à CBF não tem fundamento.

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