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Grêmio questiona gastos do Atlético e diz que dívida por Victor supera R$ 10 milhões

Galo, por sua vez, diz que o Tricolor tem débito relativo ao zagueiro Werley

Thiago Madureira
Victor virou ídolo do Atlético, mas o Grêmio, seu ex-clube, ainda tenta receber dívida dos mineiros - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
A dívida do Atlético relativa à compra do goleiro Victor, em junho de 2012, já supera os R$ 10 milhões, revelou o diretor jurídico do Grêmio, Nestor Hein, em entrevista ao Superesportes. O débito do Galo virou assunto no Tricolor neste início de ano. O  vice de futebol Odorico Roman concedeu entrevista na semana passada, em Porto Alegre, e informou que o Alvinegro não pode ser notificado na Fifa, pois se trata de uma transferência nacional. O caso está na Justiça. Enquanto não recebe, a cúpula do clube gaúcho questiona os gastos do Galo no mercado.
“Nós estamos preocupados, porque a compra de jogadores valorizados pelo Atlético demonstra vigor financeiro. Eles têm dinheiro em caixa, mas não pagam os débitos que têm com o Grêmio. Como qualquer cidadão normal com dívida, o clube terá restrições. Um time que se diz em dificuldade não poderia fazer grandes investimentos como o Atlético faz”, questiona Hein.

O Grêmio vê com surpresa a ação do Galo envolvendo a compra de jogadores. O maior investimento alvinegro nesta janela foi a compra do volante Elias. O Atlético pagou ao Sporting R$ 8,4 milhões por 70% dos direitos econômicos do ex-jogador do Corinthians. O Sporting ainda pode receber mais um milhão de euros (cerca de R$ 3,3 milhões) caso Elias cumpra objetivos no Galo. As metas seriam as conquistas do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores.

Victor foi vendido ao Atlético no final de junho de 2012. O Alvinegro desembolsaria 3 milhões de euros (cerca de R$ 7,6 milhões à época) e ainda repassou ao Grêmio 50% dos direitos econômicos do zagueiro Werley. Hoje essa dívida já aumentou significativamente, informa o jurídico do Grêmio. “A divida é corrigida diariamente. Hoje a dívida supera R$ 10 milhões”, diz Hein.

O Grêmio entrou na Justiça com uma dívida ajuizada. Em 2016, a 17ª Vara Cível de Porto Alegre determinou que a quantia fosse paga, mas o clube mineiro recorreu. “Nós estamos com a dívida ajuizada, quando você tem o crédito e cobra na Justiça. Já apresentamos a petição ao juiz, que comunicou ao Atlético. Na Justiça, o clube mineiro contesta o pagamento, que só será realizado quando terminar essa etapa burocrática. Isso pode se prolongar por mais de um ano”, afirmou Hein.

Por sua vez, o Atlético também reclama que o Grêmio emprestou ao Santos o defensor Werley, que tinha parte dos direitos ligados ao Galo, e não foi ressarcido. “A gente considera que há valores que deverão compor essa discussão. O Atlético pediu para que fosse arbitrado o valor da negociação envolvendo Werley com o Santos”, diz o diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cunha, que não afasta a possibilidade de acordo. “Nós temos bom relacionamento com o Grêmio. Não duvido que possa ocorrer um acordo, temos uma ótima relação”.

O jurídico do Grêmio também confirmou o bom relacionamento com o clube mineiro, mas diz que reportará essa dívida à CBF. “Nós vamos comunicar essa divida à CBF, porque a gente está vendo o que está acontecendo”, observou. “O Grêmio tem uma boa relação com o Atlético, sempre pautada pelo respeito”, acrescentou.