O Atlético anunciou acordo com a Dryworld em janeiro deste ano celebrando “o maior contrato da história do clube e um dos três maiores do Brasil”. Menos de um ano depois, contudo, o Galo rompeu com a fornecedora canadense devido a vários problemas, que vão desde a distribuição de materiais esportivos a atrasos nos repasses das verbas ao clube.
Por causa da dificuldade da Dryworld de honrar os compromissos, o Galo procurou uma substituta no mercado e anunciou nessa terça-feira acerto com a Topper por quatro anos. O Atlético ainda vai tentar na Justiça buscar seus direitos, uma vez que se sentiu lesado pela empresa canadense. O Superesportes separou cinco capítulos dessa parceria que evidenciam o fiasco da relação entre clube e empresa:
1 – Polêmica no lançamento do uniforme
A representação da figura feminina chamou atenção no desfile de lançamento do uniforme do Galo, em fevereiro. Nas redes sociais, surgiram enxurradas de críticas que não viram com bons olhos os trajes curtos utilizados pelas modelos. A polêmica reacendeu uma discussão antiga no que se refere ao papel das mulheres no mundo da bola. Muitos descreveram o desfile como "sexista" e "machista ao extremo". A empresa ainda distribuiu algumas camisas para membros da imprensa com a seguinte mensagem na instrução de lavagem: "GIVE IT TO YOUR WIFE" (entregue para a sua mulher).
2 – Falta de materiais esportivos
A prova maior que o atraso em nenhum momento foi resolvido é o fato de que os juniores do Atlético usavam roupas da Puma, a antiga fornecedora. Qualquer um que visite a Cidade do Galo observa que os garotos treinam com camisas e calções da temporada passada. O problema também refletiu nos profissionais. Tanto é que o técnico Marcelo Oliveira, em sua estreia no comando do time profissional, no empate por 1 a 1 contra o Atlético-PR, em Curitiba, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, usava uma camisa da Puma. Para piorar, no jogo do returno contra o Furacão, no Independência, o Galo jogou de branco porque não tinha o uniforme principal.
3 – Falhas nos repasses às lojas
No início, os torcedores estavam empolgados com a parceria e mais de 100 mil pedidos foram realizados antes mesmo do início da distribuição das peças, em 17 de março. Mas faltaram peças em todas as lojas. “Nós não estamos satisfeitos, principalmente, com a entrega do material nas lojas. Houve um problema na administração interna da Dryworld”, disse Nepomuceno, em novembro. Então gerenciada pela Dryworld, a Loja do Galo, em Lourdes, chegou a ser fechada.
4 – Problemas no pagamento do patrocínio
Na nota em que comunica o distrato com a empresa canadense, o Galo explicita que tem valores a receber da Dryworld. “O Atlético esclarece que há questões contratuais e financeiras pendentes”, diz o clube. O presidente também se posicionou publicamente em outubro, lamentando a falta de verbas. “Não foram pagas as parcelas. Está sendo discutido dentro do contrato”, disse Daniel Nepomuceno.
5 – Contratos não honrados com jogadores
A Dryworld ajudou o clube na contratação do atacante Robinho e na permanência de Lucas Pratto, além de assinar um contrato vitalício com Luan. Nada foi honrado. Luan falou sobre a decepção com a empresa canadense. “Vamos ser sinceros, já chega de esconder. Comigo não fizeram nada do que prometeram. Fiquei até triste, porque os caras foram almoçar na minha casa. Prometendo coisas e coisas. Falei que queria ajudar de alguma forma. Até hoje, os caras sumiram e nunca mais falaram comigo”, disse o jogador em entrevista à Itatiaia. “Eles, no começo, mandavam mensagens, 'todos felizões', trocavam ideia, falavam que éramos uma família. E até hoje não arcaram com os compromissos deles. Fiquei chateado, faz tempo que mandei uma mensagem para o presidente da Dryworld e ele me respondeu muito seco. Depois, nem dei bola mais”, completou Luan.