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ATLÉTICO

Anunciada como maior contrato da história, parceria com Dryworld vira fiasco no Atlético

Cinco capítulos evidenciam fracasso da relação entre clube e empresa

Thiago Madureira Túlio Kaizer

O Atlético anunciou acordo com a Dryworld em janeiro deste ano celebrando “o maior contrato da história do clube e um dos três maiores do Brasil”

Menos de um ano depois, contudo, o Galo rompeu com a fornecedora canadense devido a vários problemas, que vão desde a distribuição de materiais esportivos a atrasos nos repasses das verbas ao clube

Por causa da dificuldade da Dryworld de honrar os compromissos, o Galo procurou uma substituta no mercado e anunciou nessa terça-feira acerto com a Topper por quatro anosO Atlético ainda vai tentar na Justiça buscar seus direitos, uma vez que se sentiu lesado pela empresa canadenseO Superesportes separou cinco capítulos dessa parceria que evidenciam o fiasco da relação entre clube e empresa:

1 – Polêmica no lançamento do uniforme

Torcedores reclamaram dos trajes curtos utilizados por modelos durante lançamento do uniforme do Galo - Foto: BRUNO CANTINI / ATLÉTICO

A representação da figura feminina chamou atenção no desfile de lançamento do uniforme do Galo, em fevereiroNas redes sociais, surgiram enxurradas de críticas que não viram com bons olhos os trajes curtos utilizados pelas modelosA polêmica reacendeu uma discussão antiga no que se refere ao papel das mulheres no mundo da bolaMuitos descreveram o desfile como "sexista" e "machista ao extremo"A empresa ainda distribuiu algumas camisas para membros da imprensa com a seguinte mensagem na instrução de lavagem: "GIVE IT TO YOUR WIFE" (entregue para a sua mulher).

2 – Falta de materiais esportivos

Equipe júnior utilizou uniforme da Puma durante o torneio de Terborg, que ocorreu em maio - Foto: DIVULGAÇÃO / ATLÉTICO

A prova maior que o atraso em nenhum momento foi resolvido é o fato de que os juniores do Atlético usavam roupas da Puma, a antiga fornecedoraQualquer um que visite a Cidade do Galo observa que os garotos treinam com camisas e calções da temporada passadaO problema também refletiu nos profissionais
Tanto é que o técnico Marcelo Oliveira, em sua estreia no comando do time profissional, no empate por 1 a 1 contra o Atlético-PR, em Curitiba, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, usava uma camisa da PumaPara piorar, no jogo do returno contra o Furacão, no Independência, o Galo jogou de branco porque não tinha o uniforme principal.

 

3 – Falhas nos repasses às lojas

Em outras épocas, Loja do Galo não passava por dificuldades em repasses de material esportivo do time - Foto: EM DA PRESS

No início, os torcedores estavam empolgados com a parceria e mais de 100 mil pedidos foram realizados antes mesmo do início da distribuição das peças, em 17 de marçoMas faltaram peças em todas as lojas“Nós não estamos satisfeitos, principalmente, com a entrega do material nas lojasHouve um problema na administração interna da Dryworld”, disse Nepomuceno, em novembroEntão gerenciada pela Dryworld, a Loja do Galo, em Lourdes, chegou a ser fechada

4 – Problemas no pagamento do patrocínio

Nepomuceno reclamou atraso na entrega de uniformes, além do não repasse de verbas previstas - Foto: EM DA PRESS

Na nota em que comunica o distrato com a empresa canadense, o Galo explicita que tem valores a receber da Dryworld“O Atlético esclarece que há questões contratuais e financeiras pendentes”, diz o clubeO presidente também se posicionou publicamente em outubro, lamentando a falta de verbas“Não foram pagas as parcelas
Está sendo discutido dentro do contrato”, disse Daniel Nepomuceno.

5 – Contratos não honrados com jogadores

Luan: "Comigo não fizeram nada do que prometeram. Fiquei triste, os caras foram almoçar na minha casa" - Foto: EM DA PRESS

A Dryworld ajudou o clube na contratação do atacante Robinho e na permanência de Lucas Pratto, além de assinar um contrato vitalício com LuanNada foi honradoLuan falou sobre a decepção com a empresa canadense“Vamos ser sinceros, já chega de esconderComigo não fizeram nada do que prometeramFiquei até triste, porque os caras foram almoçar na minha casaPrometendo coisas e coisasFalei que queria ajudar de alguma formaAté hoje, os caras sumiram e nunca mais falaram comigo”, disse o jogador em entrevista à Itatiaia“Eles, no começo, mandavam mensagens, 'todos felizões', trocavam ideia, falavam que éramos uma famíliaE até hoje não arcaram com os compromissos delesFiquei chateado, faz tempo que mandei uma mensagem para o presidente da Dryworld e ele me respondeu muito secoDepois, nem dei bola mais”, completou Luan.