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COPA DO BRASIL

Torcedores de Atlético e Grêmio se dividem entre expectativa e respeito às vítimas da Chape

Misto de sentimentos toma conta das torcidas no Sul antes da final da Copa do Brasil

Rodrigo Fonseca

No Mercado Público da capital gaúcha, atleticanos Saulo e Fernando brindam com o gremista Marcel o clima pacífico entre as torcidas - Foto: Rodrigo Fonseca/Superesportes


Rodrigo Fonseca

Enviado especial a Porto Alegre

Seja no bairro nobre, Moinhos de Vento, ou na região central, mais popular, como nos arredores do Mercado Público, Porto Alegre tenta absorver o impacto da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense e retomar o clima de futebolHoje, a cidade recebe a finalíssima da Copa do Brasil entre Grêmio e Atlético, às 21h45, e se divide entre a confiança, a tensão e o respeito, além de uma dose de provocação ao rival gremista, o Internacional, extremante ameaçado de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Ontem, no Mercado Público, atleticanos já davam o ar da graça na capital gaúchaOs mineiros Fernando Zanforlin e Saulo Marques tiveram de remarcar a viagem, por causa do adiamento da decisão devido ao desastre aéreoEles se encontraram no tradicional ponto da cidade para relembrar antigas façanhas do GaloMais uma vez, o time vai precisar se superar para inverter a vantagem de 3 a 1 aberta pelo tricolor no jogo de ida, no Mineirão.

“A gente se encontrou aqui, e já havíamos nos encontrado em outras vitórias épicas do GaloÉ mais um desafioE vamos homenagear a Chapecoense com essa vitóriaTeremos de mostrar determinação, e para isso acreditamos na entrada do Luan”, diz Saulo, de 34 anos, analista de sistemas“O impossível vai acontecer novamente”, reforça Fernando, comerciante, de 27.

Um gremista que passava por um dos bares do mercado foi convidado para foto e brinde pela amizade entre as torcidasNervoso e ansioso com a partida, Marcel Girot, de 32 – gaúcho, mas morando há oito anos em São Paulo –, preferiu não fazer prognósticos sobre o dueloLimitou-se a pregar respeito ao Atlético.

Outros tricolores, no entanto, não escondem a confiança em mais uma vitória gremista sobre o alvinegro
“O Galo já era, é uma questão de tempo para cozinhar e tirar da panelaOutro não canta de galo aqui”, destaca Mário Duarte, de 38, motorista de ônibus.

Para o corretor de seguros Valter da Moura, de 45, que esperou no aeroporto a chegada do time alvinegro, a demissão do técnico Marcelo Oliveira indiretamente deve ser positiva para o grupo: “Com a mudança de comando técnico, há um choque de gestão no grupo e todos estão mais animadosO clima está muito bom a receptividade dos gaúchos está sendo ótimaSó falta o Galo fazer sua parte”.

PROVOCAÇÕES Nas esquinas do Bairro Moinho de Ventos, muitos varais com camisas e bandeiras do GrêmioJá à venda, também, faixas alusivas à conquista da Copa do Brasil’2016 pelo tricolor“Mas dessa não vendi quase nadaEstão esperando acabar o jogo”, explica o ambulante.

A situação delicada do Internacional no Campeonato Brasileiro não escapa das provocações gremistasLado a lado com as faixas que exaltam o Grêmio estão outras decretando o rebaixamento do Colorado para a Série B, vendidas a R$ 15.

Antônio Silva, de 71 anos, é um dos vendedoresEle é torcedor do Inter e precisa conter a contrariedade para tentar aumentar o faturamento: “Tenho de suportar porque é um comércio, preciso trabalharHoje se trabalha só com coisas positivas para o Grêmio
Eles estão confiantes, alguns até demaisAcho que vão perder e vão se decepcionar”.