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Espaços e mais espaços: entenda como o Atlético foi dominado pelo Grêmio no Mineirão

Atuação trágica do Galo deixa o Grêmio praticamente com as mãos na taça

postado em 24/11/2016 00:35 / atualizado em 24/11/2016 00:51

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Não foi a noite do Atlético. Ou talvez tenha sido só mais uma noite do Atlético. Mais uma noite em que os espaços (sempre eles) fizeram a diferença contra o Galo no Mineirão. Poucas vezes se viu uma equipe dar tantas chances ao adversário numa final de campeonato. O Gigante da Pampulha, lotado, viu o Grêmio, um time organizado dentro de campo, aproveitar algumas delas para vencer por 3 a 1 e ficar mais perto do penta da Copa do Brasil.

O que se viu no gramado foi um time que quase não assustou o Grêmio. E sem falar apenas de chances, mas de domínio em campo. O time atleticano só conseguia trocar passes no seu campo de defesa. No ataque, a defesa gremista prevalecia. Quando o Tricolor tinha a posse de bola, conseguia rodar com muita facilidade, envolvendo a desprotegida defesa alvinegra.

No fim, vaias ao time. Vaias ao técnico Marcelo Oliveira. O treinador, que tem pouco mais de seis meses no clube, não conseguiu dar padrão de jogo ao elenco alvinegro. Faltam jogadas, organização e uma marcação eficiente. Os resultados na temporada – final da Copa do Brasil e briga pelo G3 do Brasileiro – escondem os erros de um time que depende muito da qualidade técnica de seus homens de frente para vencer.



As falhas em campo

O primeiro tempo do Atlético foi muito abaixo do que o elenco alvinegro pode render. O que se via era um time espaçado e desorganizado, principalmente no setor defensivo. O Grêmio tinha facilidade para jogar. Enquanto os tricolores 'mordiam' cada vez que qualquer atleticano tocava na bola, os jogadores alvinegros davam tempo aos adversários para dominar, pensar e trabalhar a jogada.

O lado direito da defesa alvinegra era a 'mina'. Carlos César foi superado muitas vezes. A bola também passava nas costas dos defensores. Numa delas, o primeiro gol do jogo, de Pedro Rocha, que marcou após receber lançamento atrás da zaga do Atlético e driblar Gabriel. Poderia ter sido mais, mas Gabriel, duas vezes, e Victor, salvaram o Atlético.

A aposta para bom rendimento do Atlético é o ataque. Mas também não funcionou. O quarteto alvinegro jogou praticamente em linha, não conseguiu desenvolver boas jogadas e pouco ajudou na marcação. Cazares, para piorar, destoou demais. Ele tentou várias jogadas, mas precipitado, errou todas. Terminou a etapa inicial sendo vaiado.

Veio o segundo tempo. Com ele, o mesmo time, mas com uma apatia ainda maior. O 'prêmio' por tanta falta de vontade e interesse veio aos nove minutos, com um golaço de Pedro Rocha. Ele arrancou do meio-campo, deixou três adversários para trás e concluiu na saída de Victor.

Do banco, com a mão no queixo, Marcelo Oliveira assistia a uma das piores atuações do seu Atlético.

A sorte alvinegra parecia mudar com a expulsão de Pedro Rocha, o nome do jogo. Mas, mesmo assim, a equipe não conseguia criar espaços. Sempre que trabalhava a bola, parava no ferrolho gremista.

Na pressão, o Galo diminuiu com gol de Gabriel. O time seguiu em cima. Criou chances. Mas deu espaço ao contra-ataque.

Dar espaços. Essa talvez seja a grande marca do time de Marcelo Oliveira. Num contra-ataque mortal, Geromel arrancou pelo lado direito e cruzou para Everton, livre, praticamente decidir a Copa do Brasil: 3 a 1.

Para o Galo, faltou conseguir trocar passes no setor ofensivo para criar jogadas de qualidade. Faltou recompor. O adversário se aproveitou e saiu em vantagem na decisão. Há o que o que corrigir a uma semana da decisão em Porto Alegre.

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press


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