O jogo entre Atlético e Palmeiras era valioso para as duas equipes. O time mineiro lutava para ficar mais perto do G3 do Campeonato Brasileiro, enquanto o paulista queria dar um grande passo para a conquista do título. Os motivos explicariam um jogo quente no Independência. Mas o clima pegou fogo de vez com a calorosa discussão entre Gabriel Jesus, autor do gol alviverde, e Leandro Donizete. Os dois não aliviaram nem na entrevista pós-jogo. Relembre aqui alguns fatos que marcaram a noite dos atletas no Horto.
O começo de tudo
Ainda nos minutos iniciais, após uma dividida no meio-campo, Gabriel Jesus foi tirar satisfação com Leandro Donizete. O motivo alegado pelo atacante era de que o volante havia deixado o braço em seu rosto. Os dois ficaram se encarando por alguns segundos.
Empurra-empurra
Tudo começou numa falta de Jean em Robinho, aos oito minutos. Os jogadores dois times começaram a discutir. Donizete estava "no bolo" e empurrou Dudu. Thiago Santos viu e acertou o rosto do atleticano. Foi a deixa para começar um empurra-empurra geral, com foco no ‘General Alvinegro’ e em Gabriel Jesus. O palmeirense foi atingido e, em seguida, revidou e acertou Donizete e Luan. Foi necessário que todos os jogadores dos dois times participassem para interromper uma possível briga. No fim, cartão amarelo para os dois.
Na internet, torcedores começaram a especular que a irritação de Jesus com Donizete começou em 2015, quando o volante deu uma bela caneta no atacante, em jogo realizado no Independência. Relembre o lance no vídeo abaixo.
Donizete dando caneta no Gabriel Jesus está passando na sua tl pic.twitter.com/amlQ1173yx
%u2014 Pratto Donizete Jr (@jr_1908) 18 de novembro de 2016
Gol e choro
Gabriel Jesus estava nervoso em campo. Não à toa, foi um dos jogadores mais faltosos da rodada, com cinco infrações cometidas. O jovem atacante resolveu fazer o que sabe e inaugurou o marcador, após receber passe de Dudu e finalizar. A bola desviou no zagueiro Gabriel e tirou Victor do lance. O jogador, que estava há oito jogos sem marcar pelo Palmeiras, desabou em lágrimas no Horto.
Vaias da arquibancada
Quando esteve no Mineirão vestindo a camisa da Seleção Brasileira, Gabriel Jesus foi ovacionado pelo torcedor mineiro. Uma semana depois, de volta a BH, ele se envolveu em polêmica com um dos jogadores mais identificados com a torcida do Atlético. Quando foi substituído, aos 24 minutos do segundo tempo, saiu de campo vaiado e ainda ouviu gritos de ‘chorão’.
Jesus detona Donizete: “Moleque”
Após a partida, Gabriel Jesus concedeu entrevista aos jornalistas e disparou contra o volante Leandro Donizete. O jovem atacante afirmou que os boleiros brasileiros sabem da fama de maldoso do jogador atleticano. Confira o que ele disse:
“Eu sei que isso é normal, todo mundo xinga, eu xingo. Lógico que ele xingou da maneira errada. Mas, não fiquei bravo pelo xingamento e sim pelas duas mãozadas do rosto que ele me deu. Eu falei para ele em nenhum momento eu iria agredir ele, porque a gente tem que jogar bola. Ele se exaltou. Pergunta para qualquer um que joga contra o Galo se gostam dele. Não quero falar mal dele e sim colocar uma coisa que todos sabem. Ele é maldoso. Prefiro não ficar falando mais. Ele sabe o que ele fez. Eu tenho 19 anos e parece que ele é o moleque”.
Resposta de Donizete
Ao saber das declarações de Gabriel Jesus, Leandro Donizete rebateu o jovem atacante. O volante devolveu o adjetivo utilizado pelo palmeirense e ainda ironizou ao falar da ida do jogador para a Inglaterra.
“Quem tem boca fala o que quer. Acho que ali dentro a gente tá nervoso, um empurra o outro, acaba acontecendo uma mãozada. Naquele tumulto ali também levei uma mãozada. Nem sei se pegou a minha mão nele, acho que não pegou não. Eu conheço bem o Cuca: eles vieram toda hora me xingando, toda bola que eu ia, a mão já vinha no meu rosto. Então é difícil segurar ali. Mas não fui desleal em momento algum com ele. Me xingou, eu xinguei ele também. E se ninguém gosta de mim, problema deles. Num tô aqui pra ninguém gostar de mim não, tô aqui pra fazer o meu trabalho bem feito, igual eu venho trabalhando. Jogo bola há 15 anos, nunca machuquei ninguém. Estou feliz pelo futebol, não vou mudar o jeito de jogar. Isso é jogo de Libertadores. Libertadores acontece isso e ninguém fala nada. Eu quero ver quando ele for pra Inglaterra, quero ver se ele vai reclamar pra imprensa se alguém chegar mais firme nele. Toda hora vinha me xingando bem, e falava eu jogava onde. E eu: ‘O que?’ É um moleque, eu sou bem homem. E falo na frente dele. O que aconteceu ali fica ali”, disse, em entrevista à ESPN.