Depois de pedir para não entrar no decorrer da partida contra o Vitória, Dátolo solicitou também que não fosse relacionado para o jogo contra o Fluminense. O meia argentino já acumula mais de 70 dias sem defender o Atlético. A incerteza que envolve o camisa 10 do Galo tem irritado o técnico Marcelo Oliveira.
Depois da derrota para o Fluminense, por 4 a 2, o treinador atleticano admitiu incômodo com a situação de Dátolo no Atlético e as especulações que envolvem o meia. “É uma boa oportunidade. Está ficando muito chato. Parece que tenho alguma coisa contra Dátolo. Parece que ele está fazendo alguma indisciplina e não estou convocando. Parece que o Atlético quer negociá-lo, querendo que ele saia. Parece que está querendo sair. Não tem nada disso. Ele não está aqui por não estar com cabeça boa”, afirmou.
Marcelo ainda transpareceu insatisfação com as reações de Dátolo. “A cada momento, ele fala alguma coisa. Diz que está bem e que pode treinar. Às vezes, treina muito bem. Antes do jogo com Vitória, ele treinou, vocês viram. Durante o jogo, estava programado para ele entrar por uns 30 minutos. Era importante ele entrar, porque é um organizador, um jogador com currículo favorável no Atlético. Mas, do nada, ele falou que não estava bem, estava inseguro. Estamos esperando que ele esteja seguro. Como vou escalar um jogador que não se sente bem emocionalmente, equilibrado para entrar no jogo? Estamos aguardando. Espero que seja até o fim do ano, que o ano não acabe”, acrescentou.
Dátolo não joga desde 30 de junho, quando o Atlético venceu o Botafogo por 5 a 3, no Brasileirão. Com histórico de lesões, o meia passou por um processo de fortalecimento muscular. Ele voltou a ser relacionado apenas na partida contra o Vitória, na última quarta-feira, mas não quis entrar em campo.
No Galo desde 2013, Dátolo tem contrato até o fim do ano. Alguns clubes mostraram interessem no armador argentino. Um deles é o São Paulo. Mas Marco Aurélio Cunha, diretor executivo do Tricolor, vê a condição física de Dátolo como obstáculo.
“O São Paulo teve e teria interesse por ele. O problema é que ele não vem jogando pelo Atlético. Nós, para ter nessa reta final de turno, precisamos de gente 100%. Ele é 100% por vocação, mas na hora do campo, vindo de duas lesões musculares, não é um jogador jovem, embora não seja velho, tem 32 anos. Para ele vir aqui e dar tudo o que ele tem, eu acho que seria mais difícil. Ele iria sofrer. E a gente não pode trazer alguém que possa oferecer risco para a continuidade do campeonato. Então, é uma abordagem que nós estamos pensando muito para fazer para evitar de trazer um atleta que queira dar o máximo de si, mas não possa”, justificou Cunha.