Douglas Santos chegou ao Atlético em 2014 e logo assumiu a titularidade da lateral esquerda. O jogador, de 22 anos, campeão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com a Seleção Brasileira e da Copa do Brasil vestindo a camisa atleticana, chamou a atenção do Hamburgo. Vendido ao clube alemão, que pagou aproximadamente sete milhões de euros por 85% dos direitos, Douglas deu alegrias aos atleticanos em uma posição tão contestada no Galo na última década. Antes do jovem, o último grande destaque foi há quase 20 anos: Leonardo de Deus Santos, mais conhecido como Dedê.
O ex-lateral-esquerdo, revelado nas categorias de base do Atlético, fez duas ótimas temporadas pelo clube e acabou negociado, em 1998, com o Borussia Dortmund, um dos gigantes europeus. À época, a transferência teve valores considerados bem altos. Segundo o jogador, os alemães desembolsaram cerca de US$ 7 milhões. Em entrevista ao Superesportes, Dedê, que hoje mora na Alemanha, comentou sobre as dificuldades que Douglas Santos deve enfrentar no país.
“Acho que sim (Douglas vai se adaptar rápido). Lógico que não é fácil. Mas, hoje, o cara já chega com dois tradutores, mudou bastante. Já encontramos muita coisa do Brasil aqui. A língua é a maior dificuldade e acredito que, no primeiro inverno dele aqui, também será”, afirmou Dedê.
“Mas é difícil falar sobre adaptação. Eu cheguei aqui e não tive problema nenhum, por exemplo. E na minha época não tinha internet, nem TV direito, e eu me virei. No meu caso, me dei muito bem, mas acontece que um dá certo, outro não dá”, completou.
Apesar de a Alemanha contar com uma escola de futebol distinta da brasileira, Dedê acredita que Douglas se encaixará na forma de jogar dos alemães sem maiores problemas. “Eu gosto muito do futebol do Douglas Santos. Até parece com meu estilo. Aqui se preocupa mais defensivamente. E o Douglas é um cara que marca muito bem. É um cara que atua bem taticamente”, disse.
Em pouco mais de duas temporadas, Dedê atuou pelo Atlético em 92 jogos e marcou três gols. Nesse período, o ex-jogador conquistou a Copa Conmebol e a Taça Centenário de BH, em 1997. O ex-jogador é considerado, por muitos, o melhor jogador da lateral esquerda do clube nos últimos anos.
”Acho que isso para mim é um grande elogio. Tenho um respeito pela torcida do Atlético, pelos cruzeirenses também. É difícil falar da gente mesmo. Tinha o Paulo Roberto (Prestes) antes de mim, que era um exemplo. Foram ótimos anos para mim no Atlético. Sempre ouço elogios, só tenho a agradecer”.
Ídolo do Borussia Dortmund, Dedê defendeu o clube alemão por 13 anos, entre 1998 e 2011. Em 2015, sua despedida levou ao Signal Iduna Park mais de 80 mil pessoas. “É o maior jogo de despedida da história do futebol. Ano passado, depois de três anos já aposentado. Ela se compara à despedida de Ronaldo, Roberto Carlos, que são jogadores fora do normal. Agradeço por ser ídolo aqui”, comentou.
“O Douglas é novo, também terá sua chance. Quando cheguei, nem imaginava ser ídolo, pensava em ficar três anos, cumprir meu contrato e depois ir embora, comprar uma casa para o meu pai”, complementou, o ex-lateral, que, além de adotar a Alemanha como casa, trabalha no Borussia e ajuda o clube em negociações.
ATLÉTICO
Referência no Galo e ídolo na Alemanha, Dedê projeta sucesso de Douglas Santos no Hamburgo
Lateral-esquerdo defendeu o Atlético entre as temporadas de 1996 e 1998 e trilhou caminho vitorioso com a camisa do Borussia Dortmund, onde jogou por 13 anos
Thaynara Amaral /Superesportes
postado em 02/09/2016 08:00 / atualizado em 02/09/2016 09:48