Irritados, muitos torcedores queriam que o craque entrasse no lugar de Patric. Após as críticas, parte da torcida mostrou que a insatisfação era direcionada somente ao uruguaio e gritou forte: "Galo"! A formação, com Robinho jogando mais pelo lado esquerdo do ataque, foi até cogitada pela imprensa, mas não confirmada durante os treinamentos da semana. Sem Cazares, o Galo perdeu um pouco de posse de bola. Coube ao 'rei das pedaladas' a maior parte da armação do time até o fim da partida.
O Independiente del Valle já havia melhorado ao final do primeiro tempo. Após a substituição, a equipe equatoriana aumentou ainda mais as ações e chegou a causar dificuldades para o Atlético. Dez minutos depois, aos 20', o lateral-direito Marcos Rocha foi até o técnico para argumentar que a equipe teria dificuldades com o esquema.
Aos 21', o treinador utilizou a segunda modificação da equipe, mas manteve o sistema de jogo. Aguirre colocou o volante Júnior Urso no lugar de Leandro Donizete, que já tinha recebido um cartão amarelo. Já aos 25', com a insatisfação aumentando, um torcedor chegou a atirar uma peça de plástico no gramado, recolhida pelo delegado da Conmebol. Com 30' da segunda etapa, Aguirre fez a última alteração na equipe. Ainda assim, o técnico não alterou a disposição tática do time em campo e colocou Hyuri no lugar de Luan.
Questionado sobre a saída de Cazares e a entrada tardia de Robinho, Aguirre explicou que já havia conversado com os jogadores e informado que os dois não atuariam os 90 minutos. “A ideia é que tinha falado com ele (Robinho) que ia entrar no segundo tempo para tirar um pouco da euforia que havia com ele e o time. às vezes as coisas não são boas. Sobre Cazares, também tinha falado com ele. Ele estava há mais de três meses sem jogar um jogo oficial. E jogou muito, gostei muito dele. Mostrou muita qualidade e fiquei feliz por ele. Acho que ele não estava preparado para jogar os 90 minutos e foi uma coisa falada com ele. Pedi para ir ao máximo, que ele não jogaria 90 minutos. Era uma ideia prévia”, comentou.
Na saída do estádio, o meia equatoriano assegurou que suportaria jogar até o final da partida.
Quanto às críticas e ao xingamento da torcida, o treinador alegou não ter escutado os gritos e relevou a irritação dos atleticanos. “Não ouvi (gritos de burro). Em espanhol é igual em português. Se eu escutar a torcida, não poderia ser um treinador. Ou se escutasse o que falam os jornalistas, também não poderia ser um treinador. Aplico no campo minhas convicções e meu trabalho. E veremos o que vai acontecer pela frente”, argumentou.
Preferência pela ponta
Na última coletiva antes do jogo, depois do treino de terça-feira, Robinho disse que não sabia se entraria jogando ou se começaria o duelo no banco. Ainda assim, o jogador confirmou que prefere atuar pelos lados do campo.
Depois do jogo desta quarta, Robinho minimizou a estreia discreta e explicou que a evolução individual depende de mais entrosamento com os companheiros, independentemente de posição. "Falta ritmo e entrosamento, mas Libertadores é isso, um jogo difícil dentro de casa. Acho que o juizão poderia ter apitado algumas faltas que não apitou. Mas, graças a Deus, conseguimos ganhar. O entrosamento com os companheiros, saber a movimentação de cada um, isso é o mais importante. É a primeira vez que jogo com esses jogadores. Com um pouco mais de entrosamento vai dar certo”, disse.