Foram 57 minutos de espera no banco. Robinho estreou no Atlético aos 10 minutos do segundo tempo do jogo contra o Independiente Del Valle, do Equador, pela Copa Libertadores. O primeiro capítulo da ‘era da pedalada’ durou 38 minutos.
Sem jogar desde o dia 13 de dezembro, quando disputou uma partida do Mundial de Clubes pelo Guangzhou Evergrande, da China, Robinho teve uma estreia discreta. Depois de uma semana e meia de treinos na Cidade do Galo, o atacante tentou trocar passes, foi o cobrador de faltas e escanteios. Mas ainda não brilhou.
Antes de Robinho chegar ao Independência, ele já era tendência no Horto. Torcedores levaram máscaras do craque - no valor de R$ 5 -, faixas de boas-vindas, camisa piratas com o nome do novo ídolo. Gritos de Galo e de Robinho.
Os filhos Robson Júnior e Gianluca foram os primeiros a chegar. Seguiram para os camarotes.
No ônibus do Atlético, Robinho conheceu a festa da massa nos dias de grandes jogos. A “rua de fogo” aqueceu o time. Cartão de visitas para o atacante.
Já no Independência, Robinho deixou o vestiário para o aquecimento no gramado. Entrou em campo já sabendo que começaria a partida no banco de reservas. Nada que impedisse a euforia da torcida. Aplausos de 20 mil atleticanos para o reforço alvinegro.
Assim que a bola rolou, Robinho levantou do banco. Com três minutos, deixou o local para festejar o gol de Lucas Pratto. De pé, o atacante aplaudiu o companheiro.
De volta ao banco, Robinho viu a dinâmica de jogo de Cazares – velocidade, visão de jogos e chutes de fora da área. Viu um drone, que trazia um fantasma branco e a letra B, sobrevoar o Horto. E viu a torcida responder à provocação ovacionando o argentino Verón, visita ilustre no jogo, e algoz do Cruzeiro na final da Libertadores de 2009.
Robinho só voltou a se levantar aos 40 minutos, para o aquecimento com os demais reservas. Ficou todo o intervalo na expectativa de entrar em ação. Enquanto trocava passes com os companheiros, a torcida contava os minutos para a estreia.
Foram mais oito minutos de espera no segundo tempo até Diego Aguirre chamar Robinho. Aplausos para o atacante. Vaias para o treinador, que tirou Cazares. A torcida se dividiu: gritos de burro de um lado. Do outro, torcedores apoiaram Aguirre.
Centralizado, Robinho tentou criar jogadas. Mas o momento do time não era o mesmo do começo do primeiro tempo. Trocou passes. O primeiro chute do craque foi aos 19 minutos. Logo em seguida, sofreu a primeira falta. No primeiro cruzamento, a bola saiu um pouco forte e passou por Lucas Pratto.
O primeiro gol não saiu. A pedalada não se apresentou. Mas a primeira vitória ficou registrada na estreia. Um triunfo que mantém o Atlético na liderança do Grupo 5 da Libertadores, motivo para a torcida deixar o Independência mais do que satisfeita.
Na análise de Robinho, o mais importante foi ganhar e se manter na ponta da chave. Com o tempo, ele espera estar mais entrosado com o time para, enfim, mostrar a que veio.
”Falta ritmo e entrosamento, mas Libertadores é isso, um jogo difícil dentro de casa. Acho que o juizão poderia ter apitado algumas faltas que não apitou. Mas, graças a Deus, conseguimos ganhar. O entrosamento com os companheiros, saber a movimentação de cada um, isso é o mais importante. É a primeira vez que jogo com esses jogadores. Com um pouco mais de entrosamento vai dar certo”, disse.
Robinho ainda comentou a possibilidade de jogar junto com Cazares, a quem substituiu nesta estreia. “Dá (para jogar com Cazares). Cazares é grande jogador, jogou muito. Acho que qualquer formação é válida, desde que haja entrosamento e comprometimento de todos”.