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Camisa do Galo e torcida inspiram arquiteto em nova fachada da sede e projeto do estádio

Bernardo Farkasvölgyi assina propostas muito bem recebidas pelos atleticanos

postado em 16/02/2016 08:01 / atualizado em 16/02/2016 11:11

Bruno Cantini/ Atlético e Reprodução

Imagine você torcedor ser convidado para projetar a nova fachada da sede do seu clube. Mais do que isso, o futuro estádio do time. Bernardo Farkasvölgyi é o felizardo. Diretor do escritório da Farkasvölgyi Arquitetura, ele é atleticano e é o responsável pelas propostas do novo visual do prédio administrativo e da futura casa da torcida do Galo.

“Sou muito atleticano, não preciso dizer que sou fanático, porque todo atleticano é fanático. Além do profissional, é um orgulho muito grande ter sido convidado para fazer esse projeto. Uma satisfação plena com o resultado. Graças a Deus, a massa gostou. Quando fui chamado, eu tinha uma preocupação imediata: sou atleticano, imagina se não ficasse bom. Eu estava perdido como atleticano e como diretor do meu escritório”, comenta Bernardo, em entrevista ao Superesportes.

A fachada da sede foi revelada no domingo passado. Chapas metálicas perfuradas, pintadas de preto, com o fundo branco, e  símbolo do Atlético completando o cenário. Combinação perfeita para o atleticano. A sede do Galo virou atração em Belo Horizonte.

“Não foi intenção do projeto. A intenção era fazer algo bacana, rápido, nada muito complexo e que tenha um resultado visual interessante. Estou muito surpreso com a repercussão. Muita gente falou que o bairro ganhou muito, a cidade ganhou. A gente conhece a massa atleticana. Se a turma gostou, passa a ser referência, o que me deixa satisfeito", disse Farkasvölgyi.

A inspiração, sobretudo vindo de um fanático pelo Alvinegro, só poderia ser uma: o clube, a camisa, a torcida.

“No fim de novembro, começo de dezembro, fui chamado pelo Atlético para estudar a ideia de dar uma cara nova para a sede. Ela está ali há tantos anos e nunca havia passado por uma transformação mais radical. O presidente entendeu que seria a hora. A ideia era não fazer uma obra muito complexa, com quebra de alvenaria externa, refazer a fachada. A ideia era fazer uma fachada ventilada, ou seja, colocada sobre alguma coisa, mas que criasse uma identidade visual. Veio, então, a ideia das telas vazadas. Não é um material nem caro nem barato. É adequado. São cinco tipos de chapas com furações diferentes, com bolas maiores e menores. Com a tela preta, fica a nuance do preto, das listras da camisa, com o branco do prédio, que é o branco da camisa. Uma brincadeira com as cores do Atlético. O brasão do Atlético não é placa. Ela faz parte da fachada. Nós colocamos algumas luminárias. Essa luz sobe. Quando fica escuro, dá a sensação de que o símbolo está voando, no espaço. Falta agora a estrela, que vamos colocar nos próximos dias.”



Não foi só a fachada que mudou. O Atlético ganhou um memorial. A antiga sala de troféus Vilibaldo Alves ganhou atenção especial. Mais do que taças, o Galo passa a contar sua centenária história.

“Teve um peso muito grande. Ela era interna. Para visitar, tinha de entrar. Trouxemos para a fachada. Agora não é apenas uma sala de troféus, passa a ser um memorial. Você tem a mala do Kafunga, Campeão do Gelo, todos os títulos estão com a camisa da época. Estamos contando uma história”, diz o arquiteto.

Arena multiuso

As cores e a festa da torcida inspiraram o arquiteto em um projeto anterior ao da sede, mas que ainda não saiu do papel. O futuro estádio do Galo, que deve ser erguido em uma área de 100 mil metros quadrados, no Bairro Califórnia, em Belo Horizonte, é mais um orgulho para Bernardo Farkasvölgyi.

“Fiz o projeto técnico do estádio. A inspiração é o Atlético, a camisa do Atlético e suas listras, a torcida. Quando a gente está no Independência ou no Mineirão e descem aquelas faixas pretas e brancas na arquibancada, isso me inspirou bastante.”

Para planejar a arena do clube, Farkasvölgyi visitou estádio europeus e norte-americanos. “A gente visitou muitos estádios no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Aprendemos com todos eles e buscamos o que cada um tem de melhor.”

Bernardo Farkasvölgyi evita dar mais detalhes sobre o projeto. Segundo ele, o andamento da obra é de responsabilidade do Atlético e de possíveis parceiros. “Está em processo de licenciamento para aprovar o projeto”, limita-se a dizer.

O projeto da arena, com capacidade para cerca de 50 mil pessoas, está orçado em R$ 500 milhões. O Galo tem o apoio da Construtora MRV, uma das patrocinadoras do time. O terreno para o estádio segue todos os padrões da Fifa, como, por exemplo, distância de 1,4 quilômetro para a estação de metrô, próximo à Via Expressa. Tem ainda estacionamento para 4.500 veículos, adoção de naming rights, centro comercial, camarotes e até museu. Um catálogo foi produzido e enviado a investidores.

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