Imagine você torcedor ser convidado para projetar a nova fachada da sede do seu clubeMais do que isso, o futuro estádio do timeBernardo Farkasvölgyi é o felizardoDiretor do escritório da Farkasvölgyi Arquitetura, ele é atleticano e é o responsável pelas propostas do novo visual do prédio administrativo e da futura casa da torcida do Galo.
“Sou muito atleticano, não preciso dizer que sou fanático, porque todo atleticano é fanáticoAlém do profissional, é um orgulho muito grande ter sido convidado para fazer esse projetoUma satisfação plena com o resultadoGraças a Deus, a massa gostouQuando fui chamado, eu tinha uma preocupação imediata: sou atleticano, imagina se não ficasse bomEu estava perdido como atleticano e como diretor do meu escritório”, comenta Bernardo, em entrevista ao Superesportes.
A fachada da sede foi revelada no domingo passadoChapas metálicas perfuradas, pintadas de preto, com o fundo branco, e símbolo do Atlético completando o cenárioCombinação perfeita para o atleticano
“Não foi intenção do projetoA intenção era fazer algo bacana, rápido, nada muito complexo e que tenha um resultado visual interessanteEstou muito surpreso com a repercussãoMuita gente falou que o bairro ganhou muito, a cidade ganhouA gente conhece a massa atleticanaSe a turma gostou, passa a ser referência, o que me deixa satisfeito", disse Farkasvölgyi.
A inspiração, sobretudo vindo de um fanático pelo Alvinegro, só poderia ser uma: o clube, a camisa, a torcida.
“No fim de novembro, começo de dezembro, fui chamado pelo Atlético para estudar a ideia de dar uma cara nova para a sedeEla está ali há tantos anos e nunca havia passado por uma transformação mais radicalO presidente entendeu que seria a horaA ideia era não fazer uma obra muito complexa, com quebra de alvenaria externa, refazer a fachadaA ideia era fazer uma fachada ventilada, ou seja, colocada sobre alguma coisa, mas que criasse uma identidade visual
Não foi só a fachada que mudouO Atlético ganhou um memorialA antiga sala de troféus Vilibaldo Alves ganhou atenção especialMais do que taças, o Galo passa a contar sua centenária história.
“Teve um peso muito grandeEla era internaPara visitar, tinha de entrarTrouxemos para a fachadaAgora não é apenas uma sala de troféus, passa a ser um memorialVocê tem a mala do Kafunga, Campeão do Gelo, todos os títulos estão com a camisa da épocaEstamos contando uma história”, diz o arquiteto.
Arena multiuso
As cores e a festa da torcida inspiraram o arquiteto em um projeto anterior ao da sede, mas que ainda não saiu do papelO futuro estádio do Galo, que deve ser erguido em uma área de 100 mil metros quadrados, no Bairro Califórnia, em Belo Horizonte, é mais um orgulho para Bernardo Farkasvölgyi.
“Fiz o projeto técnico do estádioA inspiração é o Atlético, a camisa do Atlético e suas listras, a torcidaQuando a gente está no Independência ou no Mineirão e descem aquelas faixas pretas e brancas na arquibancada, isso me inspirou bastante.”
Para planejar a arena do clube, Farkasvölgyi visitou estádio europeus e norte-americanos“A gente visitou muitos estádios no Brasil, na Europa e nos Estados UnidosAprendemos com todos eles e buscamos o que cada um tem de melhor.”
Bernardo Farkasvölgyi evita dar mais detalhes sobre o projetoSegundo ele, o andamento da obra é de responsabilidade do Atlético e de possíveis parceiros“Está em processo de licenciamento para aprovar o projeto”, limita-se a dizer.
O projeto da arena, com capacidade para cerca de 50 mil pessoas, está orçado em R$ 500 milhõesO Galo tem o apoio da Construtora MRV, uma das patrocinadoras do timeO terreno para o estádio segue todos os padrões da Fifa, como, por exemplo, distância de 1,4 quilômetro para a estação de metrô, próximo à Via ExpressaTem ainda estacionamento para 4.500 veículos, adoção de naming rights, centro comercial, camarotes e até museuUm catálogo foi produzido e enviado a investidores.