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Oferta portuguesa, eventual indenização, futuro em jogo e liminar do Galo: entenda caso Tabata

Portimonense protocolou proposta na FMF ao meia formado na base do Atlético

Luiz Martini

Tabata analisa oferta de clube português - Foto: Bruno Cantini/Atlético

O jovem Bruno Tabata, de 18 anos, recebeu uma proposta oficial do Portimonense nessa sexta-feira. A oferta foi protocolada na Federação Mineira de Futebol, mas o caso pode demorar para ter uma solução, pois há uma ação judicial do Atlético que precisa ser respondida pelo jogador. Ele tem vínculo com o Galo até 31 de março, e uma liminar conseguida pelo Alvinegro impede que ele assine novo vínculo com outra equipe, seja do Brasil ou exterior, além de exigir a renovação automática do contrato. 

A visão do jogador e de seus representantes não segue a mesma linha do departamento jurídico do Atlético. Tabata, inclusive, contranotificou a proposta apresentada pelo Atlético, alegando que ela não atendia as regras do mercado. O valor fixado pelos portugueses na FMF é de 20 mil euros mensais na primeira temporada (salário que seria progressivo nos cinco anos de contrato).

Segundo o agente do jogador, depois que a proposta for publicada oficialmente pela FMF, o Galo tem 15 dias para igualar o valor ou corre o risco de perder a promessa. Uma indenização pode ser paga, mas há variáveis para o cálculo da quantia. Porém, pelo fato de ter uma ação em andamento e a posse da liminar, o Atlético não deve seguir esse procedimento.


"A liminar está em pleno vigor. É uma ação que o clube promoveu contra o Tabata. Essa apresentação que ainda não chegou ao clube (proposta dos portugueses) é apenas um capítulo da novela. É um episódio de uma questão que está longe de ser resolvida. O Atlético está simplesmente exigindo o cumprimento da Lei, tanto brasileira quanto da Fifa, pois o artigo que regula o assunto exige a renovação no primeiro contrato após a formação", disse o diretor Lásaro Cândido da Cunha ao Superesportes.

A reportagem ouviu Renê Salviano, agente de Bruno Tabata. Ele comentou que o jogador ainda não tomou uma decisão sobre a oferta dos portugueses.

“Fiz de tudo para que desse certo no Atlético. Entendo as questões do Atlético, tem um teto salarial para a base (cerca de R$ 2 mil). O clube pensa assim, eu quero o melhor para ele (Tabata). A proposta chegou para eles e estão analisando (família do Tabata). Eles não deram resposta ainda. É o futuro do garoto, a decisão fica a cargo dele e de sua família. Pode dar certo ou errado em Minas ou no exterior.
Só posso dizer que a proposta chegou oficialmente, tem conhecimento da família, do clube e da Federação Mineira”, disse Renê Salviano à reportagem.

Caso o assunto tome o caminho da indenização

A tendência é que o Atlético espere a decisão da ação para se posicionar, evitando igualar qualquer proposta e projetar eventual indenização em caso de saída. A audiência ainda não foi marcada e é impossível estipular prazo. De qualquer maneira, se as partes se entenderem durante o período, há frentes distintas para a compensação financeira.

São dois caminhos que o Galo pode tomar caso prefira ser indenizado. Se igualar o valor oferecido pelos portugueses (R$ 80 mil) e, mesmo assim, Tabata decidir jogar na Europa, o Atlético pode entrar com um pedido de indenização na Fifa e receber até 200 vezes o salário protocolado na FMF. A compensação financeira poderia chegar a cerca de R$ 16 milhões (valor máximo). O risco dessa situação é o se o jogador aceitar a oferta do Alvinegro, recusando o Portimonense. Assim, ele assinaria novo acordo com a realidade financeira reajustada.

Outra possibilidade é não apresentar nenhuma proposta e apenas esperar uma compensação estipulada pela Fifa.
Porém, o jogador estaria livre a partir do dia 31 de março e a indenização teria valores bem mais baixos, conforme dizem especialistas no assunto.

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