Uma fonte na prefeitura de Belo Horizonte disse que o clube pode conseguir toda a autorização para dar início às obras até dezembro deste ano. Porém, depois da parte burocrática finalizada, o acerto com investidores é o desafio a ser cumprido. Inicialmente, o projeto está orçado em R$ 500 milhões, numa arena com capacidade para 45 mil pessoas.
O presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, comentou acerca da reunião na PBH e confirmou a expectativa em liberar toda a documentação para a obra até dezembro.
"Eu nunca neguei. O projeto está tramitando na Prefeitura. Foi uma reunião técnica dos secretários para avaliar os grandes projetos da cidade, entre eles o estádio. Não tem novidade. No percurso do ano vamos tentar aprovar, pois independe da questão financeira. E vamos tentar arrumar investidores para a construção da nova arena", disse à Rádio Itatiaia.
O Galo trabalha há mais de um ano nos trâmites para a arena. O diretor de planejamento do Atlético, Rodolfo Gropen, é o responsável em coordenar o projeto na diretoria do clube. “Estamos trabalhando para viabilizar o estádio. Não é segredo que há o projeto, mas não tenho novas informações de momento para falar”, disse à reportagem.
A outra parte envolvida é a MRV. Dona do terreno no bairro Califórnia, a construtora é parceira máster do Atlético e incentivadora do projeto. Um diretor da empresa, que pediu para não ser identificado, revelou que, na manhã desta terça-feira, um arquiteto do grupo foi à PBH para pressionar os responsáveis pela agilidade na liberação dos papéis.
“O que aconteceu hoje é que um arquiteto nosso foi lá, apenas isso. Não houve encontro com ninguém do clube. Ele foi para pressionar e ver como anda a liberação. É um procedimento normal. São informações iniciais do processo. Não há previsão para começar as obras. Posso dizer que continua na fase de sonho e expectativa”, afirmou.
O presidente da MRV, Rubens Menin, já chegou a declarar a importância de os grandes clubes terem o estádio próprio. Embora o Atlético venha colhendo grandes resultados no Independência e no Mineirão, o clube se preocupa em aumentar as fontes de renda, principalmente pelo cenário econômico que se desenha para os próximos anos
"Todo grande clube de futebol precisa de um bom estádio. No futuro, aquele que não tiver estará fora do jogo. Estádio de futebol potencializa enormemente receita do clube e logicamente aumenta a competitividade. Receitas extracampo são fundamentais", disse Menin, em março deste ano, após lançamento do livro "Arquitetura Brasileira – 4ª Edição".
Detalhes da obra
O terreno para executar a obra segue todos os padrões da Fifa, como, por exemplo, distância de 1,4 quilômetros para a estacão de metrô (100 metros a menos que o limite permitido), e fica próximo à Via Expressa. A área é de 100 mil metros quadrados. O projeto ainda cita estacionamento para 4.500 veículos, adoção de naming rights, centro comercial, camarotes e até museu. A ação é vista como algo grandioso para a cidade, segundo fontes da Prefeitura.
Fato é que o Atlético se prepara nos bastidores para esse projeto, principalmente pelos exemplos de outras agremiações mundo afora. O clube tem estudado casos de arenas do Brasil e exterior para minimizar os riscos e importar boas ideias.
Exemplos
Dois clubes brasileiros com estádios renovados servem de moldes para a realização do sonho atleticano. O Palmeiras tem conseguido um lucro significativo nos jogos em seu estádio, e investido parte dos dividendos na construção de um elenco competitivo. Porém, uma empresa americana gerencia os shows no Allianz Parque, prioridade no contrato da W Torre, concessionária da arena, com o clube. Portanto, como a bilheteria é todo do time e os espetáculos musicais da construtora, os shows são prioridade. Nesse ponto, o Alviverde leva desvantagem e desconta o prejuízo em ingressos mais caros para o torcedor.
O Atlético-PR apresenta em seu balanço uma arrecadação que varia de 25% a 30% da receita de R$ 154 milhões vindas da Arena da Baixada. O estádio foi reformado para a Copa do Mundo, e ganhou novos lugares. O clube pegou empréstimo do BNDES para executar parte da obra e é o responsável em gerir o estádio, sem a interferência de terceiros.