O sonho de construção do estádio próprio é algo que ronda o Atlético há tempos. O assunto voltou à tona na era Alexandre Kalil e tem prosseguimento com Daniel Nepomuceno. Segundo fontes oficiais, o clube ainda não apresentou um projeto formal e definitivo à Prefeitura de Belo Horizonte, mas começou a realizar consultas técnicas há seis meses.
Documentos que circularam em redes sociais nessa quarta-feira são verídicos, mas o Atlético terá que percorrer muitas variáveis antes de o sonho ser concretizado. Um dos parceiros do clube na busca pela aprovação do projeto é a MRV, patrocinadora máster da equipe e dona do terreno no bairro Califórnia para abrigar arena.
“Lamentavelmente, a MRV não pode se manifestar. Isso diz respeito ao Atlético e só o clube pode tratar do assunto. A gente tinha uma orientação clara do Kalil e segue a mesma coisa com o Daniel”, disse ao Superesportes o diretor executivo de desenvolvimento imobiliário da construtora, Hudson Andrade, cujo nome consta nos documentos divulgados (pedido de orientação para o licenciamento de empreendimento de impacto).
A única afirmação do executivo é que a MRV realmente consultou a administração municipal para saber as normas para conduzir o processo. “ A MRV tem acesso técnico e fizemos essa consulta. Mas as fichas mostram que ainda não tem avanço”, completou.
Uma das secretarias que participa ativamente das reuniões com o Atlético e interessados é a de Meio Ambiente. O secretário Délio Malheiros conversou com a reportagem.
“Essa ideia do Atlético tem que passar por uma série de modificações por causa da legislação, Conselho de Política Urbana. Esse projeto ainda não foi formalmente apresentado, não está tramitando na Prefeitura”.
Porém, o secretário afirmou que o projeto é visto como especial pela PBH e tem recebido atenção de um grupo especializado. “Por ser um projeto importante para a cidade, ele é submetido a um grupo especial da Prefeitura e cada um dos técnicos e secretários dá suas sugestões. É para não gastar milhões em um projeto que não será aprovado. Inclusive, em relação ao licenciamento, a Prefeitura tem orientado”, destacou.
As consultas servem para o Atlético saber o que precisa ser ajustado em relação aos relatórios ambientais, condições viárias e uso de ocupação do solo. Segundo Malheiros, a Câmara Municipal também será acionada por ser necessário um projeto de lei pela grandiosidade da obra de interesse público e social.
“Eu participei de duas ou três reuniões e um esboço do projeto foi mostrado. Isso começou há uns seis meses. Eles contrataram um escritório de arquitetura conceituado para o projeto. Mas foram discussões superficiais, ainda não há decisão da PBH, porque formalmente ele (projeto) não está tramitando. O sentimento que eu tenho dos órgãos da Prefeitura é de apoio, mas, claro, dentro da lei. É um processo complexo, que requer pareceres e estudos dos Conselhos de Cultura, Meio Ambiente...”, finalizou.
Com o presidente Daniel Nepomuceno em viagem, o Atlético, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que existe a intenção de construir o estádio, que o assunto já é tratado na Prefeitura, mas que ainda está na fase de conversas. É um projeto ainda em fase de discussão. O clube ratificou que nem parceiros e valores ainda foram discutidos.