ATLÉTICO
Ex-Galo, Galván vê cenário positivo para argentinos no Brasil e crê no sucesso de Pratto
Antigo alvinegro destaca características e qualidades do novo atacante atleticano
postado em 20/12/2014 08:02 / atualizado em 20/12/2014 14:44

“É um jogador muito bom, goleador, forte fisicamente, tem boa definição. Nunca tem uma bola perdida para ele. Acho que vai ter muito sucesso. É uma questão de se encaixar no sistema tático do time”, afirma Galván ao Superesportes.
Segundo o antigo defensor atleticano, Pratto pode ser escalado como uma referência que apresenta mobilidade no setor ofensivo. O camisa 12 poderá se encaixar no esquema que Levir Culpi montou no segundo semestre deste ano. Sem Jô e André, o treinador optou por um ataque de muita movimentação.
“Ele arma o jogo também, sai da área, sabe fazer tabela. Mas o forte dele é a potência. No mano a mano é muito forte, porque bate rápido na bola”, destaca.
Revelado pelo Racing na Argentina, Galván chegou ao Galo no segundo semestre de 1998. O ex-zagueiro lembra que os clubes do país não eram muito abertos para os estrangeiros, apesar de não ter sofrido com este fato, conseguindo boas atuações com a camisa alvinegra. Hoje, o cenário é diferente e poderá ajudar na adaptação de Pratto.
“Hoje em dia, creio que as portas estão mais abertas para jogadores de fora. Antes era complicado. Muitos eram contratados e tinham poucas oportunidades para jogar, ficavam pouco tempo em um clube e iam embora. Lembro de mim, do Sorín no Cruzeiro. Depois o Cápria foi contratado pelo Galo. Eram poucos no Brasil todo. Depois, o mercado abriu, principalmente com as chegadas do Mascherano e Tévez ao Corinthians. Agora, a gente vê D'Alessandro, Conca, Dátolo... O mercado está melhor para o jogador argentino”, ressalta Galván.
A adaptação do zagueiro vice-campeão brasileiro de 1999 se deu graças ao apoio dos seus companheiros de Galo e à cidade de Belo Horizonte: “Eu tinha tudo certo com o River Plate, mas um agente brasileiro se interessou por mim e fez contato. Eu fui ao Rio de Janeiro e assinei um contrato. Em cerca de dois dias, fui para o Atlético. Tive sucesso no clube e só tenho a agradecer a todos os jogadores do grupo, que me ajudaram. Mas era complicado. Depende de cada um, se adaptar ou não. É uma questão de ambiente, da cidade, de a família também gostar. Se a família se adapta, fica mais fácil para o atleta”.
Galván foi um sul-americano que se deu bem no Atlético interrompendo um período de 14 anos. Antes dele, Cincunegui (de 68 a 73), Mazurkiewicz (de 72 a 74), Ortiz (de 76 a 77) e Olivera (de 83 a 85) fizeram sucesso. Já Fernando Rosa, Percovich e Escobar, nos anos 90, não deixaram saudade no torcedor.
Depois, dentre frustrações diversas, outros conseguiram agradar, como Cápria e Cáceres. Neste ano, Dátolo e Otamendi recuperaram o prestígio dos sul-americanos no Galo. Caberá a Pratto entrar na lista dos estrangeiros que marcaram época. “O Atlético tem um time muito forte. Eu acompanho alguns jogos. Vi os títulos da Recopa e da Copa do Brasil. Pratto deverá se encaixar bem. Os sul-americanos hoje querem jogar no Atlético”, afirma Galván.
Nova carreira
Em 2014, Galván iniciou a sua trajetória como treinador de futebol. O começo foi no Peru, onde ele encerrou a carreira como zagueiro em 2012. Em um futuro próximo, ele espera poder fazer um estágio no Atlético para aprimorar as suas competências.
“Estou iniciando a carreira no Peru. Espero ainda viajar pela Argentina, pelo Brasil, por outros países, para estudar. Gostaria de voltar em Belo Horizonte e, se possível, estar no Galo para aprender e ganhar experiência para um dia ser um grande treinador”.
Galván defendeu Racing, Atlético, Santos, Lanús, Múrcia, Paysandu, Argentinos Jrs, Olimpia e Banfield até 2007, quando chegou ao futebol peruano. Foram seis temporadas no Universitário e uma no César Vallejo, onde aconteceu a aposentadoria em 2012.

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