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Comprador de Bernard tem treinador fissurado por brasileiros e dono bilionário

Conheça o clube que está disposto a investir 25 milhões de euros no meia do Atlético

Thiago de Castro

Magnata ucraniano Rinat Akhmetov, dono do Shakhtar Donetsk, no estádio Donbass Arena

O Shakhtar Donetsk já gastou fortunas para contratar jovens jogadores brasileiros. A escalação do time ucraniano pode até ser confundida com a de uma equipe do Brasileirão. Bernard, joia do Atlético, deve ser a nova peça do clube que tem um técnico vidrado no talento canarinho e um dono disposto a abrir o bolso sempre que necessário.


Desde 2004, Mircea Lucescu é o treinador do Shakhtar. O romeno fala português fluente, acompanha o futebol brasileiro de perto, pela televisão e com a informação de olheiros. Ele é o responsável pela invasão verde e amarela no clube de Donetsk, cidade industrial que fica na fronteira com a Rússia.

Lucescu e o DNA brasileiro por ele imposto ajudam o clube a se destacar na terra onde antigamente brilhava apenas o Dínamo de Kiev. O treinador romeno escolhe qual brasileiro ele quer na equipe e conta com todo o suporte financeiro do dono do Shakhtar para fazer a contratação.

O empresário bilionário Rinat Akhmetov comprou o Shakhtar em 1996. Disposto a fazer do clube uma potência nacional e internacional, Akhmetov não mede esforços na hora de contratar. Por isso enviou ao Atlético a proposta de 25 milhões de euros (R$ 76 milhões) por Bernard, como pedia Alexandre Kalil. Melhor ainda, para todos os lados, com pagamento à vista. O Tottenham, da Inglaterra, por exemplo, chegou a se dispor a pagar 18 milhões de euros, mas com pagamento parcelado em cinco anos.

"Shakhtar tem uma estrutura fantástica, uma das maiores do mundo. É um clube que tem centro de treinamento de primeiro nível. O presidente e dono é um magnata ucraniano, dono de quase a metade da riqueza do país. E tem um treinador que gosta muito de jogador brasileiro. Esse projeto tem dado certo. São dois intérpretes que falam português no clube. E têm muitos brasileiros na equipe", afirma o empresário brasileiro Fábio Brito, que tem atuação forte no Leste Europeu.

Wellington Nem, ex-Fluminense, foi contratado por 8 milhões de euros
Bernard viajará para Donetsk na segunda-feira. Lá, conhecerá a estrutura do Shakhtar e, provavelmente, realizará exames médicos para, em seguida, assinar contrato. No clube, terá o apoio de vários outros jovens brasileiros.

O Shakhtar já contratou outros três brasileiros para a próxima temporada: Fernando, volante ex-Grêmio; Fred, meia ex-Internacional; e Wellington Nem, ex-atacante do Fluminense. Eles se juntaram à legião nacional composta por Ilsinho, Douglas Costa, Luiz Adriano, Taison, Maicon, Eduardo da Silva, Alex Teixeira e Ismaily.

A ambição dos ucranianos é grande. O poderio financeiro também. Até mesmo Neymar esteve na pauta do clube. Mas este já estava determinado a jogar no Barcelona. "Neymar não foi para lá porque ele não quis ir mesmo. Porque eles botaram muito dinheiro para ele ir", afirma Fábio Brito.

No total, o clube ucraniano já gastou aproximadamente R$ 400 milhões com brasileiros. O primeiro foi o atacante Brandão, em 2002. Elano, Jadson, Ivan, Matuzalém, Batista, Fernandinho, Leonardo, William, Dentinho e Alan Patrick são outros que já vestiram a camisa laranja. Marcelo Moreno, boliviano, também já jogou no clube.

Todo o suporte é dado pelo Shakhtar aos brasileiros. Alguns viram ídolos e se dão bem. Fernandinho, por exemplo, ex-Atlético-PR, foi vendido para o Manchester City, da Inglaterra, nesta janela de transferências. Mas alguns fazem queixas em relação à cidade e ao frio intenso.