Na Europa, Paris, Barcelona e Milão, principalmente, acompanham de perto os passos de R49. São as cidades onde o craque morou e defendeu PSG, Barça e Milan, ganhando o respeito de cada torcida.
O italiano Gazzetta dello Sport definiu o triunfo alvinegro por 3 a 2, no Independência, como “o jogo do ano”.
O Superesportes ouviu jornalistas europeus que analisam o momento vivido pelo Atlético e por Ronaldinho em 2012.
O ressurgimento do craque
A saída polêmica do Flamengo colocou a carreira de Ronaldinho em xeque. Para alguns, era um indício de declínio. “Muitos desconfiavam do que poderia acontecer. Muita gente viu como uma pré aposentadoria. Agora, ele está desmentindo muita gente”, relata Bertrand Blais, correspondente do L' Equipe, da França, no Brasil.
Na Cidade do Galo, o camisa 49 tem sido peça fundamental na boa campanha e na busca do título brasileiro. “Ele faz coisas diferentes até hoje. Fiquei surpreso com o que ele fez contra o Fluminense. Não imaginava que ele ia se dedicar tanto, se empolgar tanto com o novo projeto”, afirma o jornalista.
Aos 32 anos, Ronaldinho se destaca por estar sempre longe do departamento médico. “O desempenho do Ronaldinho está ligado principalmente ao aspecto físico. Se está 100%, rende bem”, analisa Quique Rubio, do Diário AS, da Espanha.
Visibilidade alvinegra no exterior
Na hora de acompanhar o futebol brasileiro, ver o Atlético jogar, para os europeus, tem um sabor especial pela presença de Ronaldinho em campo.
“Ronaldinho é um dos grandes jogadores do mundo, jogou na Itália também. Com certeza, acompanhamos os jogos dele. Fez um grande jogo no domingo. Temos um jornalista que trabalha para nós e nos manda notícias para o jornal”, ressalta Marco Mugnaioli, jornalista da Gazzetta dello Sport.
“Nós conhecemos o clube, claro. Mas agora que Ronaldinho está jogando lá, demos mais atenção e tem muito mais repercussão”, complementa o italiano.
Na Espanha, Ronaldinho viveu seus melhores anos da carreira com a camisa do Barcelona. “Acompanhamos Ronaldinho no Campeonato Brasileiro. É um jogador que tem um grande talento, muito competente”, afirma Quique Rubio, do AS.
Colher frutos em 2013
Com a classificação do Galo quase certa para a Copa Libertadores do próximo ano, o clube tem o desafio de se manter com a imagem positiva no cenário internacional. Renovar com Ronaldinho pode ser um bom caminho para se dar bem dentro e fora de campo.
“O clube pode ganhar muito com um trabalho bem feito de marketing, com a imagem dele, com o interesse que todos tem por ele”, lembra Bertrand Blais.
Acostumado a ver os clubes do Rio de Janeiro e São Paulo com maiores receitas, o Atlético pode fazer de Ronaldinho um trunfo para se dar bem financeiramente. “Na Espanha, acompanhamos mais os clubes paulistas, como Santos e São Paulo. A chegada do Ronaldinho ao Atlético, com certeza fez o clube ser mais divulgado na Espanha, em Barcelona”, afirma Quique Rubio.
“É um clube que está na mesma condição dos mais badalados. Assim como o Botafogo, que agora tem o Seedorf”, complementa Marco Mugnaioli.
Em 2012, Ronaldinho é um dos craques do Brasileirão e tem seu nome novamente cogitado para defender a Seleção. O astro também precisará manter o alto nível das exibições na próxima temporada, caso fique no Atlético. “O interessante vai ser no ano que vem. Uma vez que ele costuma, a curto prazo, render. Agora, a médio prazo, tem que ver como será”, afirma o jornalista francês.
Um casamento positivo
O técnico Cuca, um dos responsáveis pela chegada de Ronaldinho ao Atlético, está contente com o rendimento do craque. Não faltaram elogios após o triunfo ante o Fluminense.
“Eu não tenho dúvida que o Atlético é outro time depois da chegada dele. Agora eu treino menos falta do que todo a vida eu treinei. Antes o torcedor reclamava desse tipo de lance. Ele correu hoje, lutou e se doou. Estamos muito felizes”, disse.
Fato é que Ronaldinho fez bem ao Atlético, e vice-versa. “Esse cara é movido a desafios. Ele precisava de um novo desafio. E dizem que a torcida do Atlético é apaixonada também. Acho que isso ajudou. Ele usou muito bem isso”, define Bertrand Blais.