Atletico-MG

'O povo do futebol está sendo estuprado', diz Kalil

Gazeta Press

Um dia depois do racha explícito no Clube dos 13, Alexandre Kalil, presidente do Atlético e um dos criadores do modelo de edital para a venda dos direitos de transmissão do triênio 2012-2014 do Campeonato Brasileiro, faz campanha pelo retorno dos dissidentes.


"O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) está sendo estuprado, mais do que isso: o povo do futebol está sendo estuprado", afirmou o dirigente em entrevista à ESPN Brasil. Com o apoio do órgão, o Clube dos 13 retirou a cláusula de preferência utilizada pela Rede Globo carioca para adquirir os direitos de transmissão nos últimos anos.

Alexandre Kalil admitiu que o Clube dos 13, formado em 1987 em oposição à CBF, perdeu a oportunidade de constituir uma liga. Ainda assim, ele condena a posição de Corinthians, Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense e Coritiba, que se manifestaram contrários à entidade.

"O Clube dos 13 nasceu para isso (ser uma liga de clubes, para se desligar da CBF), mas perdeu o trem. Temos que nos fortalecer como entidade de classe primeiro. Hoje, ela representa os 20 principais clubes do Brasil e tem que defender a todos. Temos clubes que não têm a força que temos", disse Kalil.

De acordo com o presidente do Atlético, o Clube dos 13 pode alcançar aproximadamente R$ 1,3 bilhão anuais. O lance mínimo para os direitos de TV aberta é de R$ 500 milhões. Com TV a cabo, pay-per-view, telefonia móvel, internet e direitos internacionais, ele espera arrecadar outros R$ 800 milhões.

"O Atlético depende menos desse dinheiro do que outros clubes. Temos uma condição estável, estamos negociando com o governo para acertar umas contas. Não estamos preocupados com isso. Mas e o Bahia, por exemplo? Eles não têm a força que nós temos, não conseguem vender (o patrocínio da) camisa por R$ 10, 15 milhões, precisam da ajuda do clube dos 13", insistiu Kalil.

Ele convidou a imprensa para a abertura dos envelopes com as propostas das emissoras interessadas, evento marcado para o dia 11 de março, e voltou a provocar os dissidentes, que apostam em conseguir um valor maior negociando em separado. "Tudo que nos tiraram nesses anos, vão nos dar agora. Quem não ver o dinheiro em cima da mesa tem que se explicar", encerrou.