Falar que o América pode escrever um novo capítulo na sua história na final deste sábado contra o eterno rival é beirar um previsível clichê. O América de hoje precisa saber que já está fazendo história.
De 2020 para cá, a estrutura, os resultados gloriosos na Copa do Brasil, o acesso na B (com um título que escapou injustamente) e a chancela de um destemido e competente Lisca Doido – que de doido tem pouco – deram outro peso ao Coelhão no Brasil.
É claro que os times têm diferenças técnicas e de investimento marcantes. E sim, não somos favoritos. Mas, quando a gente vê um presidente nosso dizendo de peito aberto que vamos ser campeões, bate um orgulho por sabermos que já estamos em outro patamar.
E não falo daquele orgulho que se mistura com arrogância, mas da sensação de, depois de tantas décadas, fazer frente quase de igual para igual ao seu antigo, tradicional e primeiro rival: o alvinegro que por tanto tempo nos assombrou.
Só que agora é “outra vida”. E a verdade mesmo é que um pouquinho de folclore e uma pitada de doideira “Liscaniana” estão acalentando os corações verdes de esperança.
Superar o temido Galo no Mineirão? Sim, é possível. Alguém lembra do Mineiraço de 2016?
À final do Campeonato Mineiro de 2021, desejo que seja à altura daquele velho duelo, que na primeira metade do século passado dividiu Minas Gerais. Teremos mais uma prova para seguir grande, até mesmo na derrota.
Esqueçamos arbitragem. O VAR está lá e é possível que não nos prejudique, como já fomos tantas e tantas vezes contra este mesmo Atlético. É preciso abraçar o selo de protagonista, porque o tempo de “vítima” ficou para trás (ufa!).
Ao América, a grandeza a que lhe é devida. Como bem pontuou o grande americano Fernando Brant em seu hino alternativo, “na grama verde a vida sonha, a bola branca beija a rede da paixão”.
Que assim seja. Dá-lhe Coelho!
Rodrigo Scapolatempore, jornalista e torcedor