O técnico Lisca, do América, detalhou, nesta segunda-feira (10), alguns dos ‘assédios’ sofridos por jogadores da equipe no mercado do futebol. Segundo o gaúcho, houve ‘propostas para todos’, e a comissão técnica tem conversado com os atletas para viabilizar permanências e assegurar a manutenção da base do elenco.
Em entrevista à Rádio Grenal, Lisca ressaltou a dificuldade que o América encontra para concorrer com outros clubes da Série A, tanto para venda quanto para contratação de atletas - dada a capacidade de investimento da instituição.
“Teve proposta para todos os jogadores. Teve uma para o Rodolfo, do Japão. Estamos conversando com os jogadores. O Alê, Ademir, todo mundo sabe. O Messias (vendido ao Ceará) foi difícil. Vieram várias situações e o aumento salarial era muito grande em relação ao que o América poderia oferecer. O Ederson (contratado pelo Fortaleza) também”, afirmou Lisca.
O treinador detalhou o planejamento de diretoria e comissão técnica para a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro. Em sua avaliação, a organização fora de campo é determinante para o sucesso de uma equipe na elite do futebol nacional.
“A ideia é manter a base, de pelo menos 12 ou 13 jogadores e agregar mais 12. Esse segundo processo estamos fazendo com mais calma. O mercado não está fácil. Já chegaram sete ou oito jogadores. Ontem já entrou o Ramon, fez o gol, Bruno Nazário e Juninho Valoura já jogaram. Não podemos nos contentar só com a base. O nível aumenta. Campeonato Brasileiro está prometendo ser um nível altíssimo, quem não está se organizando fora de campo não está conseguindo permanecer na Série A e quem permanece se fortalece demais. Vemos o Ceará, Bahia, Fortaleza, Atlético-GO, sem falar nos gigantes, Grêmio, Inter, São Paulo, Flamengo, Palmeiras. Não está fácil de competir, o nível está bem alto”, completou.
Conselho familiar
Por fim, Lisca falou sobre as especulações envolvendo seu nome - os episódios mais recentes o vinculavam a Grêmio e Santos. O gaúcho ressaltou sua felicidade por trabalhar no América, mas agradeceu aos torcedores do Grêmio pela valorização.
“Não houve convite oficial do Grêmio, houve bastante especulação. Gostaria de agradecer a torcida do Grêmio. As pesquisas que acompanhei eu fiquei muito valorizado pelo torcedor. Isso para um profissional criado no Sul, não tem preço. Minha família ficou muito feliz. Vocês também, da imprensa, dando um apoio bem legal, cogitando a possibilidade, achando uma situação bem positiva. Isso é uma evolução na carreira. Mas não houve nada. Não foi ainda minha oportunidade. Estou feliz no América”, disse.
O técnico do América também revelou ter recebido um conselho familiar. Segundo o treinador, as palavras de uma de suas filhas foram determinantes para sua permanência no América.
“Uma conversa que tive com a minha filha de 15 anos, pesa muito para minha permanência aqui. Ela disse: ‘Pai, eu sei que você vai para um time grande daqui a pouco, time entre os 12, mas eu vou sentir falta do América, do jeito do clube, da maneira do clube, de como as pessoas são humildes, de como o clube é correto e tem essa questão de humildade, austeridade, família’”, finalizou.